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    o impeachment

    Líder do PT na Câmara diz que há insatisfação com ministros de Dilma

    RANIER BRAGON
    DÉBORA ÁLVARES
    DE BRASÍLIA

    24/09/2015 16h43

    Pedro Ladeira/Folhapress
     BRASÍLIA, DF, 16.03.2015:Joaquim Levy (Fazenda), Siba Machado (Líder PT na Câmara), Carlos Gabas (Previdência), em reunião da bancada do PT com ministros responsáveis pelo ajuste fiscal
    Sibá Machado (centro) ao lado de Joaquim Levy (Fazenda) e Carlos Gabas (Previdência)

    O líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), negou nesta quinta-feira (24) que tenha pedido a cabeça de ministros do governo Dilma, mas afirmou que há insatisfação na bancada em relação a eles, além de receio de que a sigla perca espaço na reforma administrativa.

    Conforme a Folha revelou nesta quinta, Sibá liderou na noite de quarta uma reunião com líderes de outras seis siglas aliadas na qual defendeu a saída de Joaquim Levy (Fazenda), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça).

    "Quando se fala em dança de cadeira aí é com ela, é foro íntimo", disse Sibá, em entrevista. Ele afirmou, porém, que na reunião relatou a insatisfação de petistas com os ministros pelo motivo de que bandeiras do PT para o ajuste fiscal não foram levadas em consideração pelo governo no recente anúncio do pacote de reequilíbrio das contas públicas.

    "Eu falo o seguinte: aonde a gente anda há um sentimento de que há pontos do ajuste fiscal que só falaram para o andar de baixo, não falaram para o andar de cima. A nossa bancada queria ter a oportunidade de apresentar o que nós chamamos de receitas rápidas, simples. Tivemos a oportunidade de falar com alguns ministros e, no anúncio desse último ajuste, não foi citado nada", reclamou Sibá.

    Como um dos exemplos da insatisfação, ele citou a proposta de Dilma de recriar a tributação sobre a movimentação bancária. "No Congresso do PT queríamos discutir a CPMF. Aí disseram que isso politicamente era um desastre, aí tiramos a CPMF. Aí CPMF volta para a pauta por força não sei quem. Não foi nossa. Não podia, agora pode", afirmou.

    PACOTE PARALELO

    Sibá discutiu na reunião com aliados propostas paralelas ao pacote de Joaquim Levy. O objetivo era levar esses pontos diretamente a Dilma, sem a participação do ministro da Fazenda e de Mercadante. Dilma, porém, reagiu com irritação à articulação, uma ameaça à sua tentativa de estabilizar-se politicamente, e mandou avisar que não receberá os deputados.

    "É bom falar isso com ela. Sobre essas propostas falamos com alguns ministros, aí quando foi anunciado nenhum dos pontos foi lembrado. Acho que não chegou a ela, ela precisa ouvir", disse Sibá

    Entre as propostas defendidas por Sibá está a tributação de grandes fortunas e a obtenção de receita com a transformação de parte da dívida de União, Estados e municípios em títulos a serem negociados com bancos.

    O líder do PT diz que falou por telefone sobre a repercussão de suas declarações, nesta quarta, com o ministro Ricardo Berzoini (Comunicações) e com o presidente do PT, Rui Falcão. "Falei: 'Não confiam no Sibá Machado, um cara que ajuda a carregar o PT nas costas desde 1986? Aonde o Sibá criou algum tipo de problema, me mostre.' Se não tiver aqui para ajudar, problema não vai ter. Tem que confiar na gente, pô."

    O líder do PT também manifestou preocupação com a reforma que Dilma fará em seu ministério, com o possível corte de dez pastas. "Um medo da bancada e do todo o PT é com essas secretarias sociais, que no nosso entendimento são a nossa causa de vida. Se mexer nisso aí... Isso nos vamos dizer que é a nossa opinião, não quer dizer que vai valer."

    DESSERVIÇO

    O líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), defendeu os três ministros. "Acho que é um desserviço alguém pedir ministro desse ou daquele partido. Quero deixar claro que os ministros Cardozo e Mercadante são pessoas honradas, seguram o projeto, muitas vezes são criticados, não por seus defeitos, mas por suas virtudes", disse Guimarães.

    Segundo o petista, se a reforma atingir o PT haverá insatisfação, mas "isso faz parte do jogo". "O que é fundamental nesse momento é todos darem o crédito de confiança. A presidente está fazendo o que é melhor para a governabilidade. Cardozo é do PT, Mercadante é do PT. Levy é indicação da presidente e todos estão trabalhando muito pelo país. é imprescindível a participação deles nesse momento de ajuste e retomada do crescimento."

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