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    Com impasse no PMDB, Dilma adia anúncio da reforma ministerial

    GUSTAVO URIBE
    VALDO CRUZ
    NATUZA NERY
    DE BRASÍLIA

    24/09/2015 16h31

    Sem conseguir solucionar um impasse com o PMDB, a presidente Dilma Rousseff foi obrigada a adiar o anúncio da reforma ministerial para a próxima semana, quando retorna de uma viagem oficial aos Estados Unidos.

    A distribuição de cargos de peso a representantes das diversas alas do PMDB é considerada por petistas a última cartada para desmobilizar a deflagração de um processo de impeachment contra a presidente, daí a ansiedade para que um desfecho seja anunciado. Dilma prometera entregar o novo desenho da Esplanada até quarta (23).

    A Secretaria da Comunicação Social justificou o atraso dizendo que os partidos aliados solicitaram tempo para que "mais consultas possam ser realizadas" e que a nova configuração deve ser divulgada na próxima semana.

    O Planalto já tem definida a maior parte das mudanças no primeiro escalão, mas ainda encontra dificuldades em agradar as diferentes alas peemedebistas, que iniciaram uma queda de braço interna pelo controle de ministérios importantes.

    Dilma enfrenta o problema de sempre: muitos candidatos para poucos cargos. A presidente chegou a desistir de unificar as pastas de Portos e Aviação Civil, de forma a sobrar mais espaço para acomodar peemedebistas.

    O Planalto quer manter o ministro Eliseu Padilha, titular da Aviação Civil, e dar Portos a Helder Barbalho, que hoje ocupa a Pesca, pasta que será anexada pelo Ministério da Agricultura.

    Mas esse desenho causou insatisfação em parte do PMDB da Câmara, já que um desses cargos havia sido oferecido ao deputado Leonardo Picciani (RJ). Enxergando recuo do governo no que lhe fora prometido, o parlamentar ameaçou retirar a indicação da bancada para a Saúde. Acabou recebendo a garantia de que será contemplado.

    A avaliação do Palácio do Planalto é de que a entrega de ministérios estratégicos ao PMDB dá fôlego momentâneo ao governo federal. Já peemedebistas duvidam de qualquer tranquilidade no cenário político. O partido hoje já ocupa seis ministérios.

    Para tentar resolver a crise com o PMDB, que ameaça romper com o Planalto a partir de novembro, quando discutirá o tema em um congresso nacional da sigla, Dilma teve que diminuir o tamanho do PT no governo.

    Seu partido vai perder a Saúde, as Comunicações e as três secretarias: da Mulheres, dos Direitos Humanos e da Igualdade Racial. Em substituição às três, será criado o Ministério da Cidadania, pasta que deve ser comandada pelo petista Miguel Rossetto.

    Setores do PT reagiram mal ao corte. Num sinal da insatisfação, deputados do PT, incluindo o líder da bancada na Câmara, Sibá Machado (AC), se uniram para pedir a demissão dos ministros Joaquim Levy (Fazenda), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça).

    Dilma já decidiu que o ministro Ricardo Berzoini deixará o Ministério das Comunicações para assumir a articulação política. A petista irá manter o ministro Armando Monteiro no Desenvolvimento, na cota do PTB.

    A presidente assegurou que Gilberto Kassab (Cidades) seguirá no cargo. Guilherme Afif (Micro e Pequenas Empresas) deverá ser transferido para outra área.

    A petista estuda também fundir as pastas do Trabalho, Previdência Social e Desenvolvimento Social. O mais cotado para assumi-la é o petista Carlos Gabas, hoje na Previdência.

    Reforma ministerial

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