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    o impeachment

    Com reforma, governo quer consolidar apoio que não tem, afirma Cunha

    ALEXANDRE ARAGÃO
    CLÁUDIA ROLLI
    DE SÃO PAULO

    25/09/2015 22h48

    Adriano Vizoni/Folhapress
    SAO PAULO - SP - BRASIL, 25-09-2015, 20h00: EDUARDO CUNHA NA FIESP. O presidente da Camara dos Deputados, Eduardo Cunha jantou junto com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf e com empresarios. O encontro aconteceu na sede da Fiesp. (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress, PODER) ***EXCLUSIVO FSP***
    O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, durante entrevista na sede da Fiesp, na capital paulista

    O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta sexta-feira (25) que a reforma ministerial promovida pelo governo Dilma Rousseff é uma tentativa de aglutinar um apoio no Congresso que o Executivo não possui. "O governo quer consolidar uma base que não tem", disse.

    Em jantar com empresários promovido pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf —correligionário do parlamentar—, Cunha argumentou que o foco do governo está "errado". Para ele, oferecer ministérios em troca de apoio na Câmara e no Senado servirá apenas para fidelizar congressistas que já são a favor das medidas do governo. "Não vai mudar os que são contra", disse.

    "Aqueles que estão já apoiando o governo pleiteando mais espaço de governo para continuar apoiando o governo", disse o deputado. Mais cedo, em Goiânia, Cunha havia afirmado que o PMDB deveria ter "zero ministério" no governo Dilma. À noite, repisou a lógica: "O que a gente defende é a redução do número de ministérios. Quem defende redução do número de ministérios tem também que reduzir os seus próprios".

    O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), tem negociado com o governo, e a bancada peemedebista indicou nomes para os ministérios da Saúde e da Infraestrutura. O segundo deve ser criado por meio da fusão entre as secretarias de Portos e de Aviação Civil, que têm status de ministérios.

    Durante as negociações, o governo cogitou oferecer apenas a Saúde à bancada do PMDB na Câmara. Picciani, em contrapartida, ameaçou retirar as indicações caso isso acontecesse, conforme informou o "Painel".

    Nesta sexta, o jornal "O Globo" publicou reportagem em que relata o distanciamento entre Cunha e Picciani —até o início da reforma ministerial, eles eram considerados aliados próximos. O jornal atribuiu uma frase ao líder da bancada, que teria ocorrido em diálogo com o presidente da Câmara: "Você é oposição; eu, não. Você quer o impeachment; eu, não".

    Visivelmente irritado com o tema, Cunha negou que a conversa tenha ocorrido. "É mentira esse diálogo no jornal 'O Globo' de hoje, ele não ocorreu. Eu já desmenti no Twitter e ele [Picciani] também desmentiu", disse, antes de complementar: "Eu não tenho esse tipo de diálogo, nem o Leonardo Picciani tem esse tipo de diálogo comigo. Falei com ele algumas vezes durante a semana como falo normalmente, ele é o líder e eu sou o presidente da Casa".

    O peemedebista, entretanto, ressaltou que é normal que ele e o colega tenham posições contrárias. "A posição dele é divergente da minha. Ele defende que o PMDB fique no governo."

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