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    Investigado na Lava Jato assume interinamente governo da Bahia

    JOÃO PEDRO PITOMBO
    DE SALVADOR

    02/10/2015 17h00

    Mateus Pereira/GOVBA
    Vice-governador João Leão na Lavagem do Bonfim, em janeiro de 2015. Fotos: Mateus Pereira/GOVBA
    Vice-governador João Leão na Lavagem do Bonfim, em janeiro de 2015

    Seis meses depois de ter ficado conhecido por uma frase polêmica, o vice-governador da Bahia, João Leão (PP), assumirá pela primeira vez o governo do Estado neste domingo (4) após viagem do governador Rui Costa (PT), que irá deixar o cargo por 15 dias.

    Investigado pela operação Lava Jato, Leão se notabilizou ao afirmar em entrevista à Folha que estava "cagando e andando" para as delações que o citavam como suspeito de ter si beneficiado do esquema.

    A entrevista foi concedida em março, logo após a divulgação da lista dos políticos investigados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Desde então, o vice-governador deixou de frequentar os principais atos do governador e tem cumprido agendas internas ou visita, sem o governador, seus redutos eleitorais no interior.

    Em visita a sua terra natal, a cidade de Barra, em junho deste ano, foi hostilizado por eleitores com cartazes com menção a Lava jato.

    A discrição do vice-governador, contudo, não significou a redução do seu poder de influência junto ao governo baiano.

    No início do ano, travou uma disputa por cargos para gestão dos distritos industriais da Bahia com o então secretário de Indústria e Comércio, James Correia, e levou a melhor.

    Inconformado com a troca de técnicos da pasta por apadrinhados do vice, Correia pediu demissão em abril.

    Rui Costa vai para Europa com uma comitiva de empresários, onde fará reuniões com investidores estrangeiros.

    Para o secretário estadual de Relações Institucionais, Josias Gomes, nada muda com o vice-governador no comando da gestão.

    "Não haverá nenhum sobressalto. Sabemos que nosso vice será um substituto à altura", afirma.

    'SEM INTENÇÃO DE OFENDER'

    Procurado pela Folha, o vice-governador João Leão não atendeu ao pedido de entrevista sobre seu período à frente ao governo da Bahia.

    Em junho, em depoimento à Polícia Federal, o vice-governador negou as acusações de que tenha se beneficiado do esquema de desvios na Petrobras e afirmou que nenhuma prova foi apresentada contra ele.

    Sua defesa pediu o arquivamento da investigação ao STF (Supremo Tribunal Federal).

    Dias depois da polêmica declaração do "cagando e andando", pediu desculpas à população numa rede social.

    "Não há, da minha parte, nenhuma intenção de ofender o Ministério Público, o Poder Judiciário, ou quaisquer outras instituições essenciais na manutenção do estado democrático de direito, nem pessoas", disse na época.

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