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    De olho nas eleições de 2018, Kassab concentra suas viagens em SP

    MÁRCIO FALCÃO
    GUSTAVO URIBE
    DÉBORA ALVARES
    DE BRASÍLIA

    04/10/2015 02h00

    Na tentativa de fortalecer seu projeto político, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, tem concentrado sua agenda de viagens à frente do Ministério das Cidades em inaugurações e reuniões em municípios paulistas.

    O objetivo, segundo aliados, é promover uma agenda positiva para recuperar sua imagem em São Paulo e viabilizar uma eventual candidatura à sucessão do governador Geraldo Alckmin em 2018.

    Levantamento da Folha na agenda do ministro mostra que ele realizou 145 viagens entre janeiro e setembro, 83 delas para cidades paulistas.

    Como ministro, passou por 57 municípios de São Paulo. Para a capital paulista, onde mora e foi prefeito, foram 17 deslocamentos.

    Edson Ruiz/Coofiav/Folhapress
    Ministro das Cidades, Gilberto Kassab, vem a Bahia e participa da abertura oficial do Encontro Nacional da Industria da Construção Civil - ENIC - realizada no Teatro Castro Alves, e foi acompanhado do Prefeito de Salvador, ACN Neto e do Governado da Bahia, Ruiz Costa. na foto: Gilberto Kassab, foto: Edson Ruiz / Coofiav *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
    O Ministro das Cidades, Gilberto Kassab, em evento de construção civil

    EVENTOS

    Os compromissos envolvem reuniões com políticos, agendas relativas a iniciativas da pasta, como entregas de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, e participações em eventos e feiras.

    No período, o ministro esteve em terras paulistas, por exemplo, para participar de jantar em comemoração aos 60 anos do Hospital Albert Einstein e da abertura do 3º Congresso Nacional da UGT (União Geral dos Trabalhadores), entidade ligada à sigla da qual ele é presidente.

    Ele viajou ainda para palestra na Associação Comercial de São Paulo, que já foi presidida pelo ex-ministro Afif Domingos, filiado ao PSD e seu aliado, para evento do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e para reunião com o presidente do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), entidades das quais fez parte.

    Encontros com prefeitos do interior paulista são divulgados na página do PSD na internet. Os municípios interioranos têm dado sustentação eleitoral à permanência do PSDB no governo e são considerados o principal entrave para rivais da sigla.

    PRÉ-CANDIDATURA

    No início de 2014, o PSD chegou a lançar a pré-candidatura de Kassab ao governo, mas desistiu para apoiar Paulo Skaf (PMDB). Antes, o PSD chegou a negociar a formação de uma dobradinha Alckmin-Kassab, o que tornaria o ministro candidato natural ao governo paulista em 2018.

    A resistência do governador em ceder levou o PSD a lançar Kassab a senador. Ele acabou a eleição em terceiro.

    O esforço de se viabilizar candidato a governador ocorre em paralelo à estratégia de rivalizar nacionalmente com o PMDB e consolidar um bloco de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff.

    Apesar de enfrentar problemas na Justiça Eleitoral para tirar do papel a recriação do Partido Liberal, o que criaria uma janela partidária para o ingresso de oposicionistas na base aliada, o ministro tem atuado como uma espécie de interlocutor da presidente com a oposição.

    OUTRO LADO

    O Ministério das Cidades informou que as agendas do ministro Gilberto Kassab são coordenada com as da presidente Dilma Rousseff e que envolvem inaugurações ou vistorias de obras sob a responsabilidade da pasta.

    Disse também que são reservados um ou dois dias por semana para atender parlamentares. A pasta disse que o ministro prioriza todas as regiões, mas lembrou que São Paulo mantém 8.844 contratos com o governo no âmbito do Ministério das Cidades.

    À Folha, o ministro disse ver com "naturalidade" o fato de São Paulo liderar sua agenda. "Para qualquer ministro, é normal ter São Paulo em primeiro plano, tendo lá a maior parte dos investimentos. É o meu Estado. Então, tem uma demanda maior", disse.

    Ele negou que suas idas à São Paulo tenham relação com a possibilidade de disputar o governo em 2018.

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