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    Dilma pede que ministros dialoguem mais com o Congresso

    GUSTAVO URIBE
    MARINA DIAS
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    05/10/2015 16h36

    Alan Marques/Folhapress
    A Presidente Dilma Rousseff na posse dos novos ministros de seu governo
    A Presidente Dilma Rousseff na posse dos novos ministros de seu governo

    No momento em que enfrenta dificuldades com sua base aliada na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff orientou nesta segunda-feira (5) sua equipe ministerial a dialogar com o Congresso Nacional.

    Em cerimônia de posse de dez ministros, realizada no Palácio do Planalto, a petista afirmou que seus novos e antigos auxiliares têm o dever de manter contato permanentemente com deputados federais, partidos políticos e com movimentos sociais.

    A falta de diálogo é uma das principais críticas feitas ao atual governo federal, tanto por movimentos de esquerda como por parlamentares da própria base aliada.

    "A principal orientação que dou aos novos ministros, e aos ministros que continuam no governo, é: trabalhem ainda mais, com mais foco, com mais eficiência, buscando fazer mais com menos. Dialoguem muito e sempre com a sociedade, com os parlamentares, com os partidos e com os movimentos sociais", disse.

    Em meio à ameaça de abertura de um processo de impeachment na Câmara dos Deputados, a petista ressaltou que seu governo irá até o final de 2018 e reafirmou que a reforma ministerial tem também como objetivo garantir "mais equilíbrio" à coalizão que a apoiou na disputa do ano passado.

    "Nós temos um Brasil para governar até 2018", afirmou.

    Em discurso, a petista afirmou queo corte de oito pastas e a redução dos salários de ministros é uma medida de reequilíbrio fiscal. Ela anunciou que a Comissão Permanente para a Reforma do Estado, que terá como objetivo reorganizar a administração federal, será presidida pelo ministro Nelson Barbosa (Planejamento).

    Segundo a petista, o grupo será composto ainda pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Jaques Wagner (Casa Civil), além de nomes de fora do governo federal que serão convidados a participar.

    BRONCA

    No início de seu discurso, a presidente fez uma retificação à fala do chefe de cerimônia, que errou a ordem do nome do novo Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. Ao anunciar a ministra Nilma Lino, que assumirá a pasta, ele citou Direitos Humanos antes de Mulheres.

    "Eu queria fazer uma retificação antes de começar a falar. O Ministério é das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. Nós erramos a ordem, peço desculpas", disse.

    Na sequência, ao ler a lista de agradecimentos, a petista se deparou com o mesmo erro no nome da pasta e chamou novamente a atenção de sua equipe de auxiliares, o que arrancou risos da plateia.

    "Errado, está vendo? Está errado. As mulheres vão entender porque insisto na ordem. É Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. Eles insistem, eles insisitem", disse.

    O novo ministério de Dilma

    NOVIDADES

    As duas principais novidades são a troca de Aloizio Mercadante na Casa Civil por Jaques Wagner (que deixa a Defesa) e a demissão do petista Arthur Chioro (Saúde) para abrir espaço para um deputado peemedebista na pasta que estava sob o comando do PT.

    As duas mudanças foram sugeridas por Lula, que nesta quinta (1º) reuniu-se com Dilma em Brasília.

    O ex-presidente sai fortalecido com a reforma, com três nomes de sua confiança no Palácio do Planalto : Jaques Wagner, Ricardo Berzoini, que assumirá a Secretaria de Governo, e Edinho Silva (Comunicação Social). Já Aldo Rebelo (PC do B) irá para a Defesa no lugar de Wagner.

    Na nova configuração, o PMDB passou de seis para sete ministérios no governo –após o pedido de demissão de Mangabeira Unger da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos). Os outros peemedebistas da Esplanada serão: Eliseu Padilha (Aviação Civil), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura) e Helder Barbalho (Portos).

    Enquanto isso o PT, partido de Dilma, foi de 13 para nove pastas. Foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quem aconselhou a presidente a tirar espaço do PT e dar mais uma pasta ao PMDB, na tentativa de remontar sua base no Congresso.

    PDT, PSD, PP, PR, PTB, PC do B e PRB têm um ministro cada. Outros oito ministros não têm partido.

    Editoria de Arte/Folhapress
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