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    Índios e quilombolas ocupam sala da Câmara em protesto

    DÉBORA ÁLVARES
    PEDRO LADEIRA
    DE BRASÍLIA

    05/10/2015 23h27

    Um grupo de cerca de 80 indígenas, quilombolas e representantes de outras comunidades se recusa a sair do plenário 2 da Câmara dos Deputados desde o fim da tarde desta segunda (5).

    Ele protestam contra assassinatos de lideranças, ações de fazendeiros e pela demarcação de terras indígenas e quilombolas.

    Também se posicionam contra PEC 215, que transfere para o Congresso a atribuição de oficializar a demarcação das terras indígenas, quilombos e demais comunidades tradicionais.

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Índios e quilombolas ocupam sala da Câmara durante protesto contra PEC que muda regras para demarcação de terras
    Índios e quilombolas protestam na Câmara contra PEC que muda regras para demarcação de terras

    Há possibilidade da proposta ser votada nesta semana na comissão especial criada para analisá-la. O texto conta com aval da bancada ruralista.

    Inicialmente, apenas o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que preside a Comissão de Direitos Humanos da Casa, acompanhava o protesto e tentou um acordo com o grupo.

    Propôs abrir uma sessão simbólica até 7h de terça (6), quando 25 deles seriam recebidos pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB- RJ). Cunha, contudo, não aceitou esse acordo inicial.

    Até meia-noite, outros parlamentares chegaram para tentar fazer o grupo mudar de ideia e deixar a Câmara.

    Também entraram os deputados Sibá Machado (PT-AC), Chico Alencar (PSOL-RJ), Alessandro Molon (Rede-RJ) e o senador Lindbergh Faria (PT-RJ).

    Para tentar forçar a saída do grupo, o presidente mandou desligar o ar condicionado e apagar as luzes.

    O grupo, contudo, se sentiu afrontado por Cunha e decidiu permanecer na Casa até 7h desta terça (6).

    Os parlamentares que chegaram à Câmara tentaram acordos com ambos os lados. De Cunha, contudo, ouviram que, se o grupo deixasse a Casa Legislativa ainda à noite, ele receberia uma comissão formada por 25 representantes deles às 12h de quarta (6).

    Como os manifestantes se recusaram a sair, o presidente da Câmara, então, disse que não os receberá, mas se comprometeu a não fazer nenhuma ação violenta de retirada deles durante a noite.

    Do lado de fora, policiais militares foram chamados para apoiar a ação da Polícia Legislativa. Informações preliminares davam conta de que Cunha havia autorizado a entrada da tropa de choque da PM, o que não foi confirmado por sua assessoria de imprensa.

    Todas as entradas do Congresso foram fechadas e ninguém foi autorizado a entrar, com exceção dos parlamentares.

    Os policiais legislativos que estão na porta e nos corredores do plenário onde se encontram os manifestantes portam os mesmos capacetes e bastões usados nas manifestações de junho de 2013.

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