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    Lava Jato

    Para PSDB, prova de conta na Suíça obrigaria Cunha a sair do cargo

    DANIELA LIMA
    DE SÃO PAULO

    07/10/2015 02h00

    Alan Marques - 17.set.2015/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 17.09.2015. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, dá entrevista no Congresso Nacional. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

    A cúpula do PSDB no Congresso fechou questão quando à posição da sigla sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os principais líderes da legenda acordaram que os tucanos não devem nem "jogar pedra" nem "blindar" Cunha.

    A ordem é aguardar o surgimento das provas de que o peemedebista aparece comobeneficiário de cerca de US$ 5 milhões em bancos da Suíça. Se isso acontecer, avaliam, a situação ficará "insustentável" e a saída de Cunha do comando da Casa será irremediável.

    Líderes da legenda dizem que o próprio Cunha sabe de sua condição. Os tucanos, no entanto, avaliam que antecipar ou atuar para fragilizar o presidente da Câmara neste momento pode ser "improdutivo". Cunha faz oposição ao governo Dilma Rousseff e tem a prerrogativa de instaurar um processo de impeachment contra a petista.

    "Não nos cabe acusar nem blindar ninguém", disse o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG). Em reunião da bancada nesta terça (6), o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), defendeu que, até que surjam as provas, a sigla não pode servir como linha auxiliar dos que pressionam Cunha.

    Se as provas da existência das contas no exterior forem publicadas, aí a situação será incontornável.

    Nos bastidores, a avaliação é que o aparecimento dos extratos em nome de Cunha na Suíça abririam uma "dupla frente" de ataques ao peemedebista: a acusação de corrupção (Cunha é investigado na operação Lava Jato) e a de que mentiu aos seu colegas. Na Casa, ele negou ter recursos fora do país.

    Se as provas surgirem, os deputados especulam uma saída parecida à que adotou o hoje presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), em 2007.

    Alvo de acusação de que havia usado recursos de uma empreiteira para pagar despesas pessoais, Renan renunciou à Presidência do Senado para evitar a cassação de seu mandato.

    A expectativa é que, se pressionado pelo surgimento de novas provas, Cunha possa adotar o mesmo expediente.

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