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    o impeachment

    Plano pró-impeachment da oposição deve avançar na próxima semana

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    07/10/2015 02h00

    Alan Marques/Folhapress
    Eduardo Cunha recebe das mãos de Maria Lúcia Bicudo (filha de Hélio Bicudo) o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff
    Eduardo Cunha recebe de Miguel Reale Jr e da filha de Hélio Bicudo pedido de impeachment contra Dilma

    O plano da oposição para abrir processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff deve avançar na próxima semana.

    Segundo o planejado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve seguir a orientação da área técnica da Casa, que deu parecer pelo arquivamento do principal pedido de impeachment contra a presidente. Os técnicos apontaram falta de provas.

    Nos bastidores, Cunha se comprometeu com a oposição a determinar o arquivamento do pedido até a próxima semana, possivelmente logo após o feriado de 12 de outubro.

    Com essa decisão do TCU nas mãos, a oposição irá cumprir um rito combinado com Cunha nos bastidores. Os deputados irão recorrer da decisão de arquivamento do pedido de impeachment ao plenário da Câmara.

    O acerto foi feito lá atrás, com o objetivo de evitar que Cunha assumisse isoladamente o desgaste de tocar adiante um processo contra a presidente.

    Para que a decisão de arquivamento seja derrotada, basta o voto favorável da maioria simples dos presentes à sessão da Câmara.

    Se isso ocorrer, é criada uma comissão especial que irá elaborar um parecer sobre o impeachment para que ele vá a voto no plenário.

    Caso pelo menos 342 dos 513 deputados votem pela abertura do processo de impedimento da petista, ela é afastada da Presidência da República.

    O objetivo é não perder o embalo político resultante da possível aprovação do parecer do TCU pela rejeição das contas de Dilma de 2014, o que deve acontecer nesta quarta-feira (7).

    CONTEÚDO

    O pedido é assinado pelo ex-petista Hélio Bicudo e pelo advogado Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

    O documento foi entregue a Cunha em um ato em seu gabinete na Câmara, com a presença da filha de Bicudo, Reale, líderes de partidos de oposição e representantes de movimentos que foram às ruas contra a presidente e o PT nos últimos meses.

    Segundo o parecer dos técnicos da Câmara, elaborado por dois setores distintos da Casa por ordem de Cunha, o pedido de Bicudo e Reale é bem elaborado juridicamente, mas não traz documentação comprobatória de que Dilma tenha cometido crime de responsabilidade no exercício do mandato.

    O pedido de Bicudo e Reale citava o escândalo de corrupção na Petrobras e as chamadas "pedaladas fiscais", manobras do governo para adiar pagamentos e usar bancos públicos para cobrir as dívidas, que serão julgadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

    REFORMA MINISTERIAL

    Nesta terça-feira (6), Cunha anunciou ter arquivado mais um dos pedidos de impeachment que estão sobre sua mesa para análise, esse feito por um cidadão. Restam agora oito, mas o foco está no documento assinado por Bicudo e Reale.

    Dilma e seus ministros têm trabalhado intensamente nas últimas semanas para reunir os votos necessários para barrar esse processo.

    A principal movimentação neste sentido foi a entrega de sete ministérios ao PMDB na reforma administrativa. O aliado passou a controlar a Saúde, pasta que conta com a maior verba livre para investimentos e compras.

    A sigla também ganhou o Ministério da Ciência e Tecnologia, que passou a ser chefiado por Celso Pansera (RJ), aliado de Cunha.

    Apesar disso, cerca de um terço da legenda se declara rebelada na Câmara e ameaça engordar a pressão contra o mandato de Dilma.

    O PDT, que vinha votando contra o governo, ganhou o Ministério das Comunicações, entregue ao líder da bancada, André Figueiredo (CE).

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