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    Lava Jato

    Supremo aprova delação de lobista Fernando Baiano

    BELA MEGALE
    MARIO CESAR CARVALHO
    FLÁVIO FERREIRA
    MÁRCIO FALCÃO
    DE SÃO PAULO

    09/10/2015 19h56

    Junior Pinheiro/Folhapress
    Curitiba - 11/05/2015. Depoimento de Fernando 'baiano' Soares na Justiça Federal. Foto Junior Pinheiro/Folhapress/Exclusivo Folha
    O lobista Fernando Soares, conhecido por 'Baiano', que fechou acordo de delação premiada na Lava Jato

    O STF (Supremo Tribunal Federal) homologou o acordo de delação premiada feito pelo lobista ligado ao PMDB Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, com a PGR (Procuradoria Geral da República).

    Com isso, Baiano, que está preso desde novembro de 2014 em Curitiba (PR), será liberado em 18 de novembro e seguirá para sua casa, no Rio de Janeiro, onde cumprirá um ano de pena em regime domiciliar fechado com tornozeleira eletrônica. Em 2016, irá para o regime domiciliar semi-aberto, ainda com tornozeleira, e em 2017 para o semi-aberto com possibilidade de não utilizar o equipamento.

    Na colaboração ficou acordado que o lobista perderá o valor de R$ 8,5 milhões que foi bloqueado de sua conta quando foi preso na Operação Lava Jato. Ele será parte da multa que o Baiano se comprometeu a pagar na colaboração premiada. Além disso, o lobista desembolsará mais R$ 5 milhões e uma casa que tem em Trancoso, no litoral baiano.

    DELAÇÃO PREMIADA

    No seu acordo de delação premiada, Baiano relatou que o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, procurou-o para resolver problemas de dívidas do PT na campanha de 2006. O Banco Schahin fez um empréstimos de R$ 6 milhões ao pecuarista para resolver o débito. Contratos assinados pela diretoria internacional da Petrobras com a Schahin serviram para compensar o empréstimo, segundo relato de investigadores que ouviram os depoimentos de Baiano.

    Sem ter experiência com sondas de exploração de petróleo, a Schahin conquistou um contrato na Petrobras de R$ 1,6 bilhão.

    O lobista também contou que foi ele quem conseguiu os R$ 2 milhões que o ex-ministro Antonio Palloci havia pedido em 2010 para a primeira campanha da presidente Dilma Roussef. Os recursos não foram declarados. A primeira menção ao suposto pedido de Palocci havia sido feita pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, mas ele dizia que o pagamento havia sido feito pelo doleiro Alberto Youssef.

    O doleiro dizia que não fora ele quem fizera o repasse, mas afirmou na CPI da Petrobras que um delator esclareceria a questão. Estava falando de Baiano, segundo os investigadores que acompanhavam os depoimentos de operador.

    O ex-ministro Antônio Pallocci nega que pediu R$ 2 milhões para a campanha de Dilma e que tenha se encontrado com Fernando Baiano e Paulo Roberto Costa.

    O PT afirma que todas as contribuições que recebeu foram declaradas à Justiça e estão de acordo com a lei.

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