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    Para PF, Pimentel ajudou investigado a emplacar nome em ministério

    DE BRASÍLIA

    09/10/2015 21h43

    A Polícia Federal encontrou indícios de que o empresário Benedito Oliveira Neto, o Bené, contou com o auxílio do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), para emplacar uma pessoa de sua confiança no Ministério da Saúde, no ano passado.

    As informações constam no relatório da Operação Acrônimo, que investiga supostos desvios de recursos para a campanha de Pimentel ao governo de Minas, em 2014, e suspeitas de tráfico de influência por parte do petista. Bené chegou a ser preso na primeira etapa da operação, em maio. Ele pagou fiança e foi liberado dias depois.

    Interceptações telefônicas mostram conversas por mensagem de Bené com Gilnara Pinto Pereira, servidora que ele desejava ver num cargo importante da pasta. Numa delas, de fevereiro de 2014, ele diz à interlocutora que gostaria de alguém de sua "extrema confiança" no ministério.

    "[..] tratava-se da necessidade de indicação [...] para resolver algum problema relacionado com um contrato no âmbito do Ministério da Saúde. Acredita-se que [...] sobre contrato de licitação que seria direcionada a uma das empresas de Bené", esclarece a PF no relatório.

    Passados cerca de seis meses, em 8 de agosto, Gilnara é nomeada coordenadora-geral de Materiais e Patrimônio do Ministério da Saúde, cargo com salário de R$ 9.700 (em valores atuais).

    Depois disso, em outras mensagens, Bené conta a Gilnara quem o ajudou na indicação: "Foi aquele meu amigo, que saiu do outro ministério para ser candidato". A interlocutora questiona: "FP?". Ele responde: "Isso".

    A Polícia Federal sustenta que FP refere-se a Fernando Pimentel, que deixou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio para concorrer ao Executivo estadual.

    "Tais diálogos demonstram que Bené, com auxílio de Fernando Pimentel, também possui ingerência no Ministério da Saúde acerca de alocação de pessoas que possam auxiliá-los no atendimento de seus interesses", afirma a PF no documento.

    OUTRO LADO

    O Ministério da Saúde nega irregularidades, afirma não ter acesso ao conteúdo da "suposta investigação" e adianta que está à disposição da Polícia Federal para eventuais esclarecimentos.

    Sobre a indicação de Gilnara, conclui: "importante salientar que se trata de servidora pública federal desde 1979".

    Advogado de Bené, José Luiz de Oliveira Lima, o Juca, afirmou que o processo está sob sigilo e, em respeito às autoridades competentes, não comentar. Disse ainda que seu cliente prestará os esclarecimento no momento oportuno

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