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    o impeachment

    PT perdeu cargos de segundo escalão no governo para o PMDB

    CATIA SEABRA
    GUSTAVO URIBE
    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA

    11/10/2015 02h00

    A reforma administrativa da presidente Dilma Rousseff não reduziu apenas o número de ministérios chefiados pelo PT. Além de perder quatro pastas, a sigla encolheu no segundo escalão, em secretarias nacionais e empresas estatais.

    O abate ocorre especialmente nos ministérios das Comunicações e Saúde. Antes chefiados por ministros da legenda, eles foram entregues por Dilma, respectivamente, ao PDT e ao PMDB.

    Mesmo antes de assumir o cargo, o hoje ministro da Saúde, Marcelo Castro, negociava a substituição de petistas por indicados do PMDB.

    Seus primeiros alvos foram a secretaria-executiva da pasta e a Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), responsável por projetos de acesso à saúde. Os cargos eram ocupados por nomes de confiança do ex-ministro Arthur Chioro, petista ligado ao ex-presidente Lula.

    Para a secretaria-executiva, Castro chamou o sanitarista José Agenor da Silva, indicado pelo PMDB-MG. Hoje, a vaga é ocupada por Ana Paula Menezes, ligada ao PT-PE. Ele convidou para a SAS o médico Alberto Beltrame, em substituição a Lumena Furtado, que foi secretária na gestão petista em Mauá (SP).

    Ambos trabalharam na gestão do ex-peemedebista José Gomes Temporão na Saúde, no segundo governo Lula. "Se tivesse sido consultado, com certeza apoiaria a indicação deles", disse Temporão, que nega influência nas escolhas.

    A saída do PT do comando do ministério incomodou líderes petistas, que criticaram a concessão da pasta ao PMDB pelo modelo de "porteira fechada". Pela fórmula, o titular do ministério indica os ocupantes de toda a estrutura. Castro afirma que "esse é um governo de coalizão" e que sua equipe não será "exclusivamente" do PMDB.

    Outro alvo de conflito entre PT e PMDB é o comando da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), vinculada à Agricultura. Os peemedebistas defendem a saída do petista Mário de Lima Morais da presidência, o que preocupa o PT, que considera o posto uma trincheira de resistência ao PSDB no Estado.

    CORREIOS

    Nas Comunicações, o maior problema está nos Correios. O governo já avisou ao petista Wagner Pinheiro que ele será tirado do comando da empresa a pedido do novo ministro, André Figueiredo.

    "Foi-me dada a liberdade para mexer com toda a estrutura. Devemos mudar boa parte da direção dos Correios", disse o ministro.

    O PT também perderá o comando do Sebrae, que será entregue ao ex-ministro Guilherme Afif Domingos (PSD), e deve deixar a presidência da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), posto estratégico para a sigla no Nordeste.

    Aliados forçam para ganhar espaço até onde não houve mudança. Sob pressão do PRB, o ministro Ricardo Berzoini (Governo) já avisou ao PC do B que o partido perderá a Secretaria-Executiva do Esporte, ocupada por Ricardo Leyser, ligado ao titular anterior, Aldo Rebelo, que foi para a Defesa.

    O PRB reclama ter indicado o ministro, mas sem autorização para nomear seus assessores. O governo também cedeu à sigla o controle da Superintendência do Patrimônio da União em São Paulo.

    A devassa atinge até pastas comandadas pelo PT. Aloizio Mercadante, que deixou a Casa Civil sob pressão de Lula e foi para a Educação, exonerou Cezar Alvarez da chefia de gabinete. O demissionário é íntimo colaborador de Lula.

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