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    o impeachment

    Governo diz que está de 'portas abertas' para dialogar com oposição

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    13/10/2015 12h56

    Com o receio do Palácio do Planalto de abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o governo federal fez um aceno nesta terça-feira (13) de aproximação com os partidos de oposição, que articulam movimento na Câmara dos Deputados para o afastamento da petista.

    O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou que Palácio do Planalto está de "portas abertas" para o diálogo e ressaltou que as divergências entre governo e oposição não precisam se tornar uma "guerra fratricida".

    O petista participou nesta terça-feira (13), com a presidente Dilma Rousseff, de reunião da coordenação política do governo federal.

    "O governo e oposição temos de debater nossas diferenças, as nossas divergências, mas isso não precisa se tornar uma guerra fratricida e não precisa paralisar o país", disse. "Nós queremos dialogar com a base e com a oposição o tempo todo", acrescentou.

    Segundo o petista, o país não pode resolver as suas diferenças políticas recorrendo ao processo de impeachment que, na avaliação dele, criará uma ruptura institucional e uma instabilidade política.

    "Um impeachment só se justifica se tem fundamento jurídico e não há fundamento jurídico para a tomada de uma iniciativa como essa. Se temos problemas políticos, vamos resolver com a capacidade de diálogo e com o debate entre oposição e governo, mas não podemos paralisar o país", disse.

    O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou nesta terça-feira (13) a suspensão de uma manobra regimental acertada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com partidos de oposição que poderiam levar a plenário pedido de impeachment da presidente.

    Para Edinho, a Suprema Corte tem os seus fundamentos para ter tomado a decisão de acolhimento de um pedido liminar feito por deputados federais petistas. Segundo ele, o governo busca neste momento uma "paz institucional".

    "Não podemos tratar divergências políticas e diferenças de projeto colocando em risco a nossa estabilidade instiucional ", disse.

    Em reunião nesta manhã com líderes da oposição, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou que adiou para a semana que vem a decisão sobre autorizar ou arquivar pedido de impeachment contra a petista.

    A medida tem por objetivo aguardar um aditamento ao pedido original –assinado pelo ex-petista Hélio Bicudo e pelo ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior– a ser feito ainda nesta terça-feira (13) pela oposição.

    APELO

    Na reunião da coordenação política, a presidente voltou a cobrar fidelidade dos partidos da base aliada no Congresso Nacional e aceitou sugestão do ministro André Figueiredo (Comunicações) de receber individualmente a partir da semana que vem as bancadas de siglas que integram a coalizão governista na Câmara dos Deputados.

    Segundo relatos, o clima do encontro foi de comemoração em relação à decisão do Supremo. O núcleo duro do Palácio do Planalto, no entanto, ainda tem dúvidas sobre até que ponto a decisão da corte consegue inviabilizar juridicamente a movimentação do presidente da Câmara dos Deputados em torno do impeachment da petista.

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