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    o impeachment

    Em discurso inflamado, Dilma falará de 'golpe' e justificará 'pedaladas'

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    13/10/2015 19h38

    A presidente Dilma Rousseff vai usar um evento da CUT (Central Única dos Trabalhadores), nesta terça-feira (13) em São Paulo, para endurecer o discurso sobre a abertura de um processo de impeachment contra seu mandato e justificar as manobras do governo nas chamadas "pedaladas fiscais".

    Segundo a Folha apurou, Dilma vai voltar a falar de "golpe" ao se referir às tentativas da oposição e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de abrir um processo de impeachment contra ela, e vai conclamar a plateia –simpática ao governo– a unir forças para defender o projeto e o legado do PT.

    A fala da presidente vai acontecer horas depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) suspender o rito estabelecido por Cunha para a tramitação de eventuais processos de impedimento contra a petista.

    Ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma repetirá que as pedaladas fiscais, manobras que consistem em atrasar o repasse do Tesouro a bancos públicos para financiar programas de subsídios da União, são atos administrativos utilizados por vários governos.

    Na semana passada, o TCU (Tribunal de Contas da União) rejeitou, por unanimidade, as contas de 2014 do governo Dilma, principalmente por causa das pedaladas fiscais. A decisão deve ser usada pela oposição no Congresso para justificar um pedido de impeachment.

    A presidente vai dizer mais uma vez que o Brasil vive um momento difícil, com a crise política e econômica, e que o ajuste foi feito para, segundo ela, reequilibrar as contas públicas. Dilma repetirá que o ajuste não vai atingir os programas sociais, principais bandeiras do governo petista.

    Sabe-se, porém, que o ajuste proposto pelo Planalto para cobrir o déficit das contas da União já atingiu o Minha Casa, Minha Vida, o Pronatec, e o Ciência Sem Fronteiras.

    Dilma queria fazer um discurso ainda mais duro, mas, segundo a Folha apurou, foi aconselhada por auxiliares a baixar o tom e manter aberta a possibilidade de diálogo com partidos de oposição e com o próprio presidente da Câmara. O Planalto ainda considera "imprevisíveis" os movimentos de Cunha, alvo de denúncias de envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras, e já enviou emissários, inclusive o ministro Jaques Wagner (Casa Civil), para conversas com o peemedebista.

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