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    Lava Jato

    Processo de cassação de Cunha só terá início no fim do mês, diz responsável

    DÉBORA ÁLVARES
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    14/10/2015 20h19

    Alan Marques - 13.out.2015/Folhapress
    José Carlos Araújo, presidente do Conselho de Ética, recebe ação Cunha do líder do Psol, Chico Alencar
    José Carlos Araújo, presidente do Conselho de Ética, recebe ação Cunha do líder do Psol, Chico Alencar

    O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PSD-BA), sinalizou nesta quarta-feira (13) que não vai dar andamento ao processo de cassação do mandato do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), antes do dia 27 de outubro.

    Sob argumentos de prazos e quórum, Araújo nega que seja uma medida protelatória. Ao contrário, afirmou que não permitirá procrastinação.

    O deputado entregou, no fim da tarde desta quarta, a representação que pede a cassação de Cunha à Mesa Diretora da Casa. A partir de hoje, começam a contar os três dias de prazo para que o documento retorne ao Conselho de Ética.

    Recebida a representação, não há data para que José Carlos Araújo convoque a primeira sessão do Conselho de Ética. Contudo, ele já afirmou que o fará em, no máximo, 48 horas, o que seria até quinta-feira da próxima semana.

    Contudo, alegando que quinta é normalmente um dia esvaziado na Casa, Araújo descartou a hipóteses de dar início ao processo antes do dia 27 de outubro. "Tenho que colocar para a próxima terça que tem todos os presentes. Não posso colocar em risco".

    Ele destacou que o processo de cassação tem até 90 dias para transcorrer, mas que se puder ser acelerado, assim ocorrerá. "Acredito que está mais propenso a acabar este ano, porque é um processo do qual a sociedade reclama e o Conselho de Ética não quer ficar com esse problema na mão. Quanto mais rápido resolver, melhor".

    Questionado se o fato de mentir em CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) é motivo para cassar um deputado, Araújo destacou que já houve parlamentar que perdeu o mandato por esse motivo.

    Em março, ao depor espontaneamente na CPI da Petrobras, Cunha negou que tivesse contas no exterior em seu nome.

    PEDIDO

    Autor da representação que pretende cassar o mandato de Cunha, o PSOL continua a colher assinaturas de apoio ao pedido. Até o fim da tarde desta quarta, já havia 52. Originalmente, 46 deputados assinaram. Desses novos, um é do PSDB, o deputado Max Filho (ES).

    Adversário político de Cunha, o deputado negou ter sido procurado por ele e também pelo ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, com quem o presidente da Câmara conversou nos últimos dias.

    "Vamos proceder como com qualquer um. Com total isenção e lealdade, fazendo Justiça. O Eduardo Cunha é presidente aqui nesta Casa. Lá [o Conselho de Ética], o presidente sou eu. Não conheço essa palavra 'acordo'. No Conselho de Ética não tem isso".

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