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    o impeachment

    Lula defende demissão de Levy e 'política de não agressão' a Cunha

    MARINA DIAS
    GUSTAVO URIBE
    DÉBORA ÁLVARES
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    16/10/2015 02h00

    Jorge Araújo - 13.out.15/Folhapress
    O ex-presidente Lula participa de congresso com agricultores familiares em São Bernardo do Campo
    O ex-presidente Lula participa de congresso com agricultores familiares em São Bernardo do Campo

    Durante reunião com a bancada de deputados do PT nesta quinta (15), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a troca do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e pediu aos parlamentares uma política de não agressão ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

    Segundo a Folha apurou, Lula pediu que os deputados petistas adotem uma postura alinhada à do Palácio do Planalto e que não provoquem o peemedebista e parem de "fazer disputa política pelos jornais".

    Em um acordo negociado desde a semana passada, Planalto e PT garantiriam que o processo de cassação do mandato de Cunha, protocolado no Conselho de Ética por dois partidos, com a assinatura de metade da bancada do PT, não prosperaria. Em troca, Cunha não daria o pontapé inicial para abrir um processo de impeachment.

    Para o ex-presidente, é mais importante neste momento o PT "cuidar de suas incompetências", que incluem, na avaliação dele, a formação de maioria no Congresso para aprovar projetos do governo e tentar barrar qualquer tentativa de impedimento da presidente, e a mudança na política econômica.

    Lula já vinha reclamando da atuação de Levy no Ministério da Fazenda por considerar que o ministro só faz acenos ao mercado, o que tem desagrado a militância do partido. Segundo presentes à reunião, os deputados disseram ao ex-presidente que vão passar a criticar Levy em público, e passar a defender mudanças na condução da economia, para que, de acordo com eles, o Brasil "saia da agenda do ajuste".

    O recado também foi dado pela bancada ao presidente do PT, Rui Falcão, e ao ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, em reunião na manhã de quinta-feira.

    Diante das reclamações, o ex-presidente afirmou que vai insistir com Dilma sobre a reorientação da política econômica. Para ele, é preciso "vender esperança" ao povo brasileiro para o ano que vem. Caso contrário, avalia, o país vai entrar num cenário ainda mais difícil.

    Em nota divulgada minutos depois da reunião entre Lula e os deputados, que durou mais de duas horas, o Instituto Lula disse que o ex-presidente "não participa nem estimula qualquer articulação para supostamente 'proteger' o presidente da Câmara ".

    O ex-presidente recebeu cerca de 15 deputados do PT no hotel em que estava hospedado em Brasília. Ao menos seis assinaram o pedido de cassação do mandato de Cunha. Oficialmente, o PT liberou a bancada e 34 dos 62 deputados endossaram o pedido.

    Nos bastidores, porém, sabe-se que o partido vai orientar individualmente cada parlamentar sobre o tema.

    Após a reunião com Lula, o líder do PT na Câmara, Sibá Machado, afirmou que "não há acordo" sobre Cunha e que os deputados petistas serão liberados para votar na Comissão de Ética.

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