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    o impeachment

    Base aliada disputa cargos no segundo escalão do governo

    JOÃO PEDRO PITOMBO
    DE SALVADOR
    PATRÍCIA BRITTO
    DO RECIFE

    18/10/2015 02h00

    Após ceder mais espaço para o PMDB no governo, o Planalto tenta agora apaziguar a insatisfação dos demais partidos da base aliada e as disputas por cargos de segundo e terceiro escalão, marcadas por rivalidades regionais.

    Entre os postos mais cobiçados estão as chefias nacional e regionais de fundações, autarquias e estatais, como a Funasa (Fundação Nacional de Saúde), hoje sob o comando de um indicado do vice Michel Temer (PMDB).

    Com orçamentos milionários, cargos e capilaridade nos Estados, órgãos como CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca) e Correios também estão na mira.

    Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Governo) têm pressa em conter a rebeldia dos aliados, que podem prejudicar o governo em votações no Congresso e eventual processo de impeachment.

    O principal entrave tem sido o desejo dos partidos de comandar ministérios com "porteira fechada", quando o ministro indica todos os cargos ligados à pasta.

    O PDT, hoje no Ministério das Comunicações, quer emplacar cargos ligados à pasta, como a presidência dos Correios, hoje com o PT. A estatal tem 120 mil funcionários e diretorias nos 27 Estados.

    Com a pasta da Integração, o PP, que tem a superintendência da Codevasf, pleiteia também o Dnocs, hoje com um indicado do ministro do Turismo, Henrique Alves (PMDB), e a Sudene, sob o comando do ex-prefeito do Recife João Paulo (PT).

    O PSD, com o Ministério das Cidades, quer a CBTU, hoje com o PP de Alagoas. "É um órgão diretamente ligado ao ministério, não tem sentido não ficarmos com ele", diz o vice-líder do PSD na Câmara, Paulo Magalhães (BA).

    Já o PRB reclama que a maioria dos cargos do Ministério do Esporte ficaram com o PC do B.

    VITRINE

    Cargos federais nos Estados funcionam como vitrines para possíveis candidatos em 2016, como o comando da Zona Franca de Manaus, que está nas mãos de um interino há dez meses.

    Responsável por coordenar sete áreas de livre comércio em cinco Estados, o órgão é um dos mais cobiçados da região Norte e alvo de intensa disputa entre o senador Omar Aziz (PSD-AM) e o ministro Eduardo Braga (PMDB).

    Também há divergências no Maranhão. Os grupos do ex-senador José Sarney (PMDB) e do governador Flávio Dino (PC do B) disputam os cerca de 50 cargos federais no Estado.

    A família Sarney, por enquanto, tem levado a melhor. Recentemente, indicou um aliado para direção executiva da Funasa. Já o partido do governador emplacou apenas um aliado na gerência executiva do INSS em São Luís.

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