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    Impeachment de Getúlio Vargas foi barrado na Câmara em 1954

    MAURICIO PULS
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    18/10/2015 02h00

    Desde 1945, dois presidentes brasileiros tiveram seus mandatos ameaçados por pedidos de impeachment levados ao plenário da Câmara dos Deputados: Getúlio Vargas, em 1954, e Fernando Collor, em 1992. O primeiro sobreviveu à votação, mas não à crise política. O segundo foi deposto, hoje é senador.

    A ação contra Getúlio foi rejeitada por 136 votos contra 35, e 40 abstenções. A de Collor passou com 441 votos contra 38, e 1 abstenção.

    O que pesou nesses resultados? Primeiro, a dimensão das bases de sustentação no Congresso. Embora a coalizão getulista não fosse muito sólida, ela reunia 57% da Câmara. Já a de Collor, instável, oscilou entre 34% e 44%.

    Os dois governos tinham problemas com o Legislativo, mas sob Fernando Collor era pior: o presidente se recusava a entregar ministérios aos partidos aliados e procurava governar por meio de medidas provisórias, reeditadas indefinidamente.

    Lula Marques - 29.dez.1992/Folhapress
    Collor em 92, prestes a assinar que responderia, fora do cargo, por crime de responsabilidade
    Collor em 92, prestes a assinar que responderia, fora do cargo, por crime de responsabilidade

    ACUSAÇÕES

    A segunda grande diferença residia nas acusações.

    Contra Vargas pesavam sobretudo denúncias de favorecer o jornal "Última Hora" e de tentar implantar o que chamavam de "república sindicalista".

    Já Collor era acusado de ter favorecido o esquema de corrupção articulado por seu ex-tesoureiro de campanha, Paulo César Farias, conhecido como PC.

    Apesar de ter sobrevivido ao impeachment, Getúlio Vargas caiu pouco depois. Pressionado pelos militares após o líder da oposição, Carlos Lacerda, sofrer um atentado, o presidente se suicidou em 24 de agosto daquele ano.

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