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    o impeachment

    Senadores ignoram denúncias contra Renan, Delcídio e Jader

    DE BRASÍLIA

    19/10/2015 18h47

    Em uma sessão tradicionalmente esvaziada, os seis senadores que discursaram no plenário do Senado nesta segunda-feira (19) ignoraram as denúncias de que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o líder do governo na Casa, Delcídio do Amaral (PT-MS), supostamente receberam propina de contratos de afretamento de um navio-sonda da Petrobras.

    O lobista Fernando Soares, o Baiano, relatou à Procuradoria-Geral da República ter pago entre US$ 5 milhões e US$ 6 milhões aos dois senadores, que, segundo Baiano, dividiram o montante com o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e com o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, indicado pelo PMDB do Senado para o cargo.

    Os pagamentos teriam sido feitos, segundo ele, entre 2006 e 2008. O operador dos pagamentos, segundo Baiano, foi o paraense Jorge Luz, uma espécie de decano dos lobistas que atuavam na Petrobras.

    Os senadores presentes no plenário discursaram sobre diversos assuntos, desde a decisão do Supremo Tribunal Federal, que considerou inconstitucional a inclusão em medidas provisórias de emendas que versem sobre assuntos diferentes do tema original da MP, os chamados "contrabandos" ou "jabutis", até a necessidade de se cortar gastos e cargos comissionados no âmbito do governo federal.

    O único que tratou sobre denúncias de corrupção foi o senador Jorge Viana (PT-AC), que criticou a relação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que teve contas secretas na Suíça reveladas, e a oposição.

    "A situação chegou a um limite que põe em um ambiente absolutamente constrangedor, constrangedor para a oposição, que não só esteve muito próxima, mas fez uma ação conjunta com o Presidente da Câmara dos Deputados, pois atuaram conjuntamente na questão do impeachment [da presidente Dilma Rousseff] e em outros temas, e agora a oposição, eu acho, não sabe como se livrar dessa carga pesada que virou o Presidente da Câmara, Eduardo Cunha", disse.

    O senador abordou o assunto quando falou sobre o fim do financiamento por empresas das campanhas eleitorais. Ele citou o caso de Cunha como exemplo mas disse que, por ser vice-presidente do Senado, não entraria no mérito das denúncias.

    Viana defendeu ainda que a crise econômica que assola o país só será resolvida quando houver uma trégua na crise política. Ele propôs um diálogo entre governo e oposição para que o ambiente político melhore.

    Além de Viana, participaram da sessão os senadores Paulo Paim (PT-RS), Angêla POrtela (PT-RR), Acir Gurgacz (PDT-RO), Blairo Maggi (PR-MT) e Álvaro Dias (PSDB-PR).

    Após o fim da sessão, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que as denúncias contra Renan, Delcídio e Jader ainda dependem da apresentação de provas. Para ele, a situação de Eduardo Cunha é mais grave porque o Ministério Público possui provas da existência de contas bancárias na Suíça.

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