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    o impeachment

    Governistas dão suporte para Cunha retomar normalidade na Câmara

    DÉBORA ÁLVARES
    RANIER BRAGON
    CATIA SEABRA
    DE BRASÍLIA

    20/10/2015 15h29

    Pedro Ladeira - 19.out.15/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 19-10-2015, 17h00: O presidente da câmara dos deputados dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) fala com a imprensa sobre o recurso que será feito por seus advogados em relação à decisão do STF em relação ao rito do impeachment que havia sido definido por ele na câmara. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O presidente da Câmara (Eduardo Cunha - PMDB-RJ)

    Mesmo após virem à tona documentos ligando o nome do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a contas secretas no exterior, líderes de bancadas governistas aceitaram nesta terça-feira (20) convite para discutir a pauta legislativa na casa do peemedebista.

    Segundo relatos de deputados que foram ao almoço organizado pelo presidente da Câmara, discutiu-se votações da semana, a instalação de novas CPIs e até o esboço de uma reforma da Previdência com o aumento da idade mínima para aposentadoria. O objetivo seria mostrar que a Casa tem projetos para tirar o país da crise.

    Cunha não teria sido questionado sobre as assinaturas e documentos que o ligam a contas que, segundo a Procuradoria-Geral da República, foram provavelmente abastecidas com dinheiro desviado da Petrobras.

    O peemedebista chegou inclusive, segundo esses deputados, a dar um ultimato ao Supremo Tribunal Federal, que recentemente suspendeu o rito proposto por ele para o desenrolar de eventual pedido de impeachment contra Dilma Rousseff.

    Cunha teria dito que se não obtiver até o dia 15 de novembro resposta ao recurso que apresentou contra essas liminares, irá revogar o rito que havia proposto para o impeachment, levando a questão "à estaca zero". O objetivo seria tentar tirar do STF o poder de definir de que forma se dará esse procedimento.

    Estiveram no almoço os líderes do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), do PSD, Rogério Rosso (DF), do PTB, Jovair Arantes (GO), do PP, Eduardo da Fonte (PE), do PRB, Celso Russomanno (SP), do PSC, André Moura (SE), e do nanico PHS, Marcelo Aro (MG).

    "O sentimento que eu tenho é que está muito claro para os líderes que essa documentação [sobre as contas na Suíça] tem que chegar à Câmara oficialmente, ao Conselho de Ética, aí vamos decidir o que fazer. Se não a gente fica especulando sobre documentos que ninguém viu. Sou legalista. Pode ter todo o envolvimento do mundo, mas tem que ter o direito ao contraditório", disse Russomanno.

    Segundo ele, o foro adequado para essa defesa é o Conselho de Ética, que deve instaurar processo contra Cunha no final do mês.

    "Essa não era uma reunião extraordinária, é de rotina, toda semana tem já faz bastante tempo", disse Picciani.

    No início da tarde desta terça, Cunha se reúne na Câmara com todos os líderes partidários, incluindo a oposição e as bancadas abertamente críticas a ele, que até agora se resumem ao PSOL e à Rede.

    Segundo relatos, apesar de não ter sido questionado, Cunha deu algumas explicações espontâneas no almoço. Ele voltou a acusar o governo de vazar informações de investigações com o objetivo de desestabilizá-lo politicamente.

    Sobre as contas secretas, afirmou que não tem conhecimento do que é acusado, mas disse que uma das assinaturas que apareceram no noticiário não é dele. E que cópia de passaportes diplomáticos –o seu aparece vinculado à abertura de uma das contas secretas– podem ser obtidos facilmente.

    Publicamente, Cunha se nega a responder diretamente sobre as acusações. Diz, entre outras coisas, que seus advogados irão se pronunciar no momento adequado.

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