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    Lava Jato

    Jader Barbalho nega ter recebido propina em esquema da Petrobras

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    21/10/2015 13h28

    Alan Marques-16.out.2013/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL 16.10.2013,às 20h30. O senador Jader Barbalho quebra jejum e sobe na tribuna do Senado Federal para discursar durante a votação da MP dos Mais Médicos. A sessão do Senado Federal, presidida pelo senador Renan Calheiros, para apreciar MP 621/2013 que cria o programa Mais Médicos. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) durante discurso no plenário da Casa

    O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) aproveitou a reunião da Comissão de Constituição e Justiça do Senado desta quarta-feira (21) para negar seu envolvimento em denúncias de que teria recebido dinheiro de propina proveniente de contratos da Petrobras. Diante dos colegas, o peemedebista afirmou que está indignado e espera que a Procuradoria-Geral da República possa esclarecer o caso.

    Em depoimento à PGR, o lobista Fernando Soares, conhecido como Baiano, relatou ter pago entre 2006 e 2008 propina ao presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao líder do governo na Casa, Delcídio Amaral (PT-MS), em contrato de afretamento de navio-sonda da Petrobras.

    Segundo relato de um investigador à Folha, o petista e o peemedebista teriam dividido entre US$ 5 milhões e US$ 6 milhões com Barbalho e com Silas Rondeau, à época ministro das Minas e Energia. Segundo a investigação, o operador dos pagamentos foi o lobista Jorge Luz, considerado uma espécie de decano dos lobistas que atuavam na empresa estatal.

    "Não tenho outro instrumento que chegar aqui e dizer de público da minha indignação. Temos que aguardar que o Judiciário e o Ministério Público possam esclarecer os fatos. Estou com tranquilidade e posso dizer que não há nenhum envolvimento de minha parte", disse.

    Durante sua fala, Barbalho afirmou que não queria dizer que foi "uma vestal" ao longo de sua vida pública até porque recebeu recursos para campanhas eleitorais.

    "Quero saber qual é o político de longo curso que nunca recebeu recurso para campanha, de qualquer partido. Nesse episódio, se alguém recebeu dinheiro do petrolão em meu nome, está me devendo esse dinheiro. Espero que este assunto seja aprofundado e efetivamente esclarecido. Nunca tive participação nesse evento", disse. O senador afirmou ainda nunca ter conhecido Baiano.

    No fim de semana, o senador havia dito que apresentaria um requerimento à CCJ para a convocação de Baiano e de Luz. No entanto, ele afirmou nesta quarta que, após ter lido trechos da denúncia, ponderou que a comissão não seria a instância adequada para isso e disse esperar que a Procuradoria-Geral da União faça a investigação sobre o caso.

    "Eu disse que eu ia estudar a possibilidade de solicitar à comissão de Justiça, da qual tenho o privilégio de ser membro, que convocasse aqui essas pessoas que participaram dessa delação para uma acareação. Mas, depois li e recebi também ponderações. A competência da Comissão de Justiça não abriga essa convocação. Mas o assunto está judicializado, as pessoas estão respondendo a processo, e cabe ao Procurador-Geral da República o exame dessa questão. Que o Procurador-Geral da República cumpra o seu dever, aprofunde essa questão e faça uma verificação a respeito do assunto", disse.

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