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    Papuda é 'bem razoável', diz secretário

    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA

    23/10/2015 02h00

    Responsável pelo presídio da Papuda, o secretário João Carlos Souto garante que o local onde ficará o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato "é bem razoável" para os padrões do sistema penitenciário brasileiro.

    Secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Distrito Federal, Souto reconhece os problemas, como superlotação, mas afirma que os funcionários da unidade não veem uma rebelião há cerca de dez anos.

    "Não vou dizer que é um hotel cinco ou quatro estrelas, mas as condições são razoáveis", compara.

    Ele enumera melhorias recentes, entre elas a implantação do sistema de senhas on-line para visitantes, e argumenta que a qualidade de uma hospedaria pode variar conforme o rigor do usuário.

    "Se você é, digamos assim, da linhagem dos Rockefeller [milionário americano], vai entrar num hotel mais ou menos e achar que a suíte presidencial não serve", disse.

    Pizzolato embarcou de Milão rumo a São Paulo no final da tarde desta quinta (22) para dar entrada na Papuda ainda nesta sexta (23). A previsão era de que ele passasse o voo inteiro algemado.

    Condenado a 12 anos e 7 meses no julgamento do mensalão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, ele fugiu para a Itália em 2013. Seus advogados tentavam evitar a extradição, sob argumento de que os presídios brasileiros não oferecem condições mínimas de segurança. Acabaram vencidos, após esgotarem todos os recursos possíveis do Judiciário italiano e da Corte Europeia de Direitos Humanos.

    "Obviamente, não temos aqui o padrão escandinavo. Tem muito a ser feito, mas ninguém há de negar que o sistema da Papuda é bem razoável", concluiu Souto sobre o presídio mais famoso de Brasília, ex-endereço de outros réus do mensalão, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado José Genoíno.

    CELA

    Na Papuda, Pizzolato terá a companhia de dois ou três presos em uma cela da chamada ala dos vulneráveis, reservada, por exemplo, a idosos, ex-policiais e figuras notórias, de baixa ou nenhuma periculosidade.

    Pizzolato terá chuveiro com banho quente e televisão, desde que um parente dele ou de outro detento leve o aparelho.

    Os banhos de sol são de duas horas todos os dias. Ele terá acesso a amigos e familiares uma vez por semana e visitas íntimas, de 30 minutos, a cada sete dias.

    A alimentação será a mesma dos demais presidiários. Apenas às sextas-feiras, poderá receber comida entregue por parentes.

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