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    Lava Jato

    'Investidor agressivo', Cunha lucrou com ação da Petrobras na Suíça

    GRACILIANO ROCHA
    ENVIADO A BRASÍLIA
    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    22/10/2015 23h00

    Investidor de "perfil agressivo", segundo a classificação de analistas do banco Merryl Lynch, Eduardo Cunha teve um lucro de US$ 289 mil em três meses com a compra e venda de ações da Petrobras. As transações foram realizadas na bolsa de valores de Nova York.

    As operações ocorreram no primeiro semestre de 2009, quando as ações da estatal ainda sofriam grande alavancagem no mercado de capitais por causa dos sucessivos anúncios de descobertas de óleo na camada do pré-sal.

    Numa das operações, realizadas pela conta Triumph no braço suíço do Merryl Lynch (atualmente Julius Bär), atribuída ao deputado, foi comprado em 26 de janeiro de 2009 um lote de 20.000 ações por US$ 480 mil (preço individual de US$ 23,75). Em abril, ele vendeu por US$ 699 mil (US$ 35 dólares por ação).

    No mês seguinte, ele vendeu por US$ 318 mil por um outro lote de ações também adquirido em janeiro por US$ 248 mil.

    No jargão do mercado financeiro, um investidor agressivo é aquele disposto a apostar em curto prazo e, muitas vezes, em produtos que recompensam com juros altos riscos igualmente altos. Diferencia-se do conservador, que visa formar um portfólio baseado em perspectivas de longo prazo.

    Antes da descoberta dos desvios na estatal e da retração econômica no Brasil, a Petrobras era uma queridinha dos operadores do mercado financeiro.

    A Petrobras despencou cerca de 400 posições no ranking das maiores empresas do mundo. No ranking da Forbes, a estatal ocupa atualmente a 416ª posição, avaliada em US$ 44 bilhões. Em 2013, ano anterior à Lava Jato, era a 20ª do ranking com valor de US$ 120 bilhões.

    OUTRO LADO

    Eduardo Cunha tem negado repetidamente ser o dono das contas da Suíça. Nem ele nem o seu advogado, Antonio Fernando de Souza, se manifestaram nesta quinta (22) sobre a divulgação de novos documentos que o ligam às contas na Suíça.

    As provas contra Cunha

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