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    o impeachment

    PT critica governo Dilma e ataca 'ala reacionária' do PMDB

    MARINA DIAS
    DÉBORA ÁLVARES
    DE BRASÍLIA

    29/10/2015 11h57

    A cúpula do PT vai divulgar nesta quinta-feira (29) um documento com críticas ao governo Dilma Rousseff e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem os petistas acusam de "assumir uma agenda para contrarreformas, além de flertar com o impeachment presidencial".

    Segundo o texto ao qual a Folha teve acesso –e que servirá de base para discussões na reunião do diretório nacional do partido–, a queda de popularidade do governo Dilma "acabou por dificultar a manutenção da base parlamentar", mas a situação se agravou com a eleição de Cunha à presidência da Câmara.

    Para os petistas, o deputado representa a "ala mais reacionária do PMDB", que precisa ser combatida.

    "A situação congressual agravou-se também pela preponderância, dentro da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, de sua ala mais reacionária, capitaneada pelo deputado Eduardo Cunha. Depois de conquistada a presidência da Casa, o parlamentar rapidamente pactuou com o bloco PSDB-DEM e assumiu a liderança de uma agenda para contrarreformas, além de flertar com o impeachment presidencial".

    Apesar da crítica a Cunha, o documento, que pode sofrer alterações até o final do dia, não menciona as suspeitas de corrupção que envolvem o presidente da Câmara e também não toma posição sobre uma possível cassação de seu mandato.

    A ordem no PT é esperar o processo contra ele que corre no Conselho de Ética da Casa para decidir sobre o assunto.

    O PMDB, por sua vez, prepara um documento com duras críticas ao PT que deve ser apresentado no dia 17 de novem bro em congresso da legenda.

    O texto do PT diz ainda que o ajuste fiscal do governo e a composição ministerial "com maior peso das agremiações de centro" acirraram "tensões e divisões" no campo da esquerda, o que estimulou o que o PT chama de "ofensiva conservadora".

    Os dirigentes do partido defendem a ideia de que a "ofensiva" contra o PT envolvem, inclusive, "manobras de criminalização, operando setores do aparato policial e judiciário, com o objetivo de desestabilizar o governo, deslegitimar o PT e desgastar lideranças históricas como o ex-presidente Lula".

    Nesta segunda-feira (26), a o Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão nos escritórios de empresas de Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente, no âmbito da Operação Zelotes, que investiga um esquema de pagamento de propina no Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais), ligado ao Ministério da Fazenda.

    Lula reclamou a amigos da falta de controle do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) sobre a PF e pediu a substituição do ministro à presidente Dilma, que resiste.

    O PT pede que a militância petista saia em defesa do PT e de Lula, "transformado em alvo prioritário de armações que se multiplicam em núcleos da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário, vinculados a operações supostamente anticorrupção", diz o texto.

    "Vazamentos seletivos, prisões abusivas, investigações plenas de atropelo e denúncias baseadas em delações arrancadas a fórceps e sem provas comprobatórias entre outros eventos, revelam a apropriação de destacamentos repressivos e judiciais por grupos subordinados ao antipetismo que atuam com intuito de difamar o principal partido da classe trabalhadora, seus dirigentes e o maior líder popular da história brasileira".

    ECONOMIA

    Ainda segundo o documento, o PT tem como "principal objetivo tático derrotar a escalada golpista, isolar a oposição de direita e recuperar condições plenas de governabilidade".

    Para isso, pede mudanças na política econômica do governo, com expansão do mercado interno, ampliações de investimentos estatais e defesa do emprego.

    O partido também apoia a proposta de recriação da CPMF como forma de salvar as contas públicas e "preservar os programas sociais".

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