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    o impeachment

    Ninguém deve ser prejulgado, nem eu, nem Lula ou Dilma, diz Cunha

    DE SÃO PAULO

    29/10/2015 22h20

    Alvo de denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), comparou sua situação à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à da presidente Dilma Rousseff. Em entrevista à "TV Folha" na noite desta quinta-feira (29), Cunha disse que "todos têm o direito de defesa" e que nem ele, nem Lula ou Dilma devem ser "prejulgados".

    "Eu espero que ele tenha o direito de defesa, o direito de não ser prejulgado, como também cobro para mim", disse Cunha. "E da mesma forma que estou falando do ex-presidente Lula, gostaria que não tivesse prejulgamento a todos, inclusive a ela [Dilma], naquilo que é colocado em relação ao seu governo, à sua atuação... A oposição também acusa a atuação dela, que era do conselho [da Petrobras], que era presidente, que era ministra", concluiu.

    O deputado falou sobre o assunto ao ser questionado sobre como via a alegação do ex-presidente Lula de que está sendo alvo de uma perseguição. O petista falou sobre o assunto nesta quinta, em evento do partido. Disse que seria vítima de "três anos de muita pancadaria", mas que vai "sobreviver" às investigações.

    Em outra manifestação de apoio a Lula, Cunha disse que o fato de o filho do ex-presidente Luis Claudio Lula da Silva ter sido intimado a depor pela Polícia Federal às 23h da última terça-feira (27) é "muito estranho". "Acho que pode até ser inconstitucional", completou. "Existe um horário regular no qual você pode ter acesso ao domicílio."

    IMPEACHMENT

    Cunha voltou a negar que tenha feito um acordo com o governo ou a oposição sobre o rumo que dará aos pedidos de impeachment da presidente Dilma. Ele afirmou que tem compromisso com a "celeridade" e que até novembro avaliará as peças mais robustas entre as que foram apresentadas, a subscrita pelos juristas Helio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Pachoal e a de autoria do advogado Luis Carlos Crema.

    Ele rebateu o argumento do Planalto de que qualquer decisão estará contaminada pelas liminares concedidas pelo Supremo, que condenaram o rito estabelecido por Cunha para a tramitação de um pedido de impeachment –nesta quinta, sem conseguir reverter a decisão na Justiça, ele revogou o ato que era questionado.

    "Não tenho dúvida nenhuma que o poder de decidir continua com a minha função", afirmou.

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