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    o impeachment

    Lula se queixa a Dilma de atuação da Polícia Federal

    VALDO CRUZ
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA
    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    31/10/2015 02h00

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Lula (de camisa), com Jaques Wagner e o presidente do PT, Rui Falcão, no Palácio da Alvorada
    Lula (de camisa), com Jaques Wagner e o presidente do PT, Rui Falcão, no Palácio da Alvorada

    Em jantar com a presidente Dilma Rousseff na quinta-feira (29), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas à Operação Zelotes, da Polícia Federal, e disse que é preciso estar atento ao que chamou de "onda de criminalização" contra eles.

    O encontro, no Palácio da Alvorada, ocorreu na mesma semana em que o petista, em conversas com aliados e auxiliares, manifestou indignação e responsabilizou sua sucessora pela operação de busca e apreensão na empresa LFT Marketing Esportivo, que pertence a seu filho Luis Cláudio Lula da Silva.

    Na nova fase da Operação Zelotes, que apura esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), foi preso Mauro Marcondes, sócio da Marcondes e Mautoni. Em 2014, o escritório contratou a LFT Marketing Esportivo por R$ 2,4 milhões.

    Diante da queixa no jantar, Dilma deu sinais de solidariedade em relação ao desabafo de seu antecessor, mas evitou fazer comentários sobre a atuação da Polícia Federal.

    Além de Dilma e Lula, participaram do jantar os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e o presidente do PT, Rui Falcão.

    Na tentativa de evitar um novo mal-estar com Dilma, Lula explicou à presidente declaração feita no mesmo dia, em reunião do Diretório Nacional do PT, de que ela adotou no segundo mandato discurso diferente do encampado durante a campanha eleitoral de 2014.

    Segundo ele, foi necessário deixar claro aos eleitores que votaram no partido que houve mudanças na postura do Planalto devido a fatores que não estavam ao alcance do governo, como as crises econômica e política

    Ainda no jantar, Lula defendeu uma maior aproximação do Planalto com o PMDB e com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que ameaça dar prosseguimento a pedido de impeachment contra a presidente.

    O petista contou ter recebido um telefonema de Cunha na terça-feira (27), dia do seu aniversário, quando os dois combinaram de se encontrar em breve.

    Segundo a Folha apurou, o ex-presidente recomendou ainda que Dilma mantenha o vice-presidente, Michel Temer, ocupado. Segundo seus aliados, Lula insiste para que Temer seja valorizado e cumpra novas tarefas numa tentativa de evitar seu afastamento do governo.

    A sugestão ocorreu horas depois de Temer lançar um documento do PMDB com críticas à gestão econômica do governo.

    Em almoço com a bancada federal do PC do B na quinta, Lula defendeu mudanças na política econômica. Segundo ele, chegou a hora de adotar medidas "mais ousadas" e repetir a linha econômica adotada pela sua administração à frente do Planalto.

    Na avaliação dele, assim como em 2008, o país pode superar a atual crise com o aumento do consumo.

    Nesta sexta-feira (30), a presidente Dilma Rousseff cancelou viagem oficial após sua mãe, Dilma Jane Silva, de 92 anos, apresentar um mal-estar.

    Em maio, ela foi internada após ter apresentado sintomas de um ataque isquêmico transitório, uma perturbação no funcionamento do cérebro pela falta de irrigação de sangue, o que pode levar a derrame.

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