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    Manifestante anti-Cunha joga cédulas para o alto e é detido pela segurança

    DÉBORA ÁLVARES
    DE BRASÍLIA

    04/11/2015 19h21

    Lula Marques/Agência PT
    Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem cédulas com a imagem de seu rosto jogadas em sua cara
    Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem cédulas com a imagem de seu rosto jogadas em sua cara

    Um dia após a instauração do processo de cassação do seu mandato no Conselho de Ética da Câmara, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi alvo de mais um protesto no Salão Verde, que paralisou por alguns instantes uma entrevista à imprensa.

    Integrante do Levante Popular da Juventude, Tiago Ferreira, 26, aguardou Cunha começar a falar e jogou cédulas com o rosto do presidente da Câmara para o alto, aproveitando para gritar: "Trouxeram sua encomenda da Suíça".

    O manifestante, que é secretário-geral da UNE desde o meio deste ano, foi imediatamente imobilizado e retirado por policiais legislativos, que o levaram para a delegacia da Câmara. No caminho, arrastado, ele continuou aos gritos, chamando Cunha de "corrupto".

    "Não vou, por causa de um militante encomendado aqui para fazer uma agressão, me intimidar, constranger. Ele foi contratado por alguém com um objetivo. Não vou pautar a minha atuação por causa de um militante. Vou impor a ordem à Casa, pode ter certeza disso", afirmou Cunha ao fim da coletiva. No plenário, ele disse que vai "abrir uma sindicância".

    Essa é a segunda manifestação de que Cunha é alvo na Câmara desde que vieram à tona suspeitas de que ele esconde contas na Suíça. Na semana passada, a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) levantou cartaz sobre as acusações.

    Pedro Ladeira/Folhapress
    O manifestante Tiago Ferreira, integrante do grupo Levante Popular da Juventude
    O manifestante Tiago Ferreira, integrante do grupo Levante Popular da Juventude

    Liberado pela Polícia Legislativa, Thiago Ferreira reclamou do tratamento dos seguranças do presidente da Câmara. Ele relatou ter ouvido, enquanto estava preso, que Cunha o acusou de injúria. Só foi liberado após a chegada de seu advogado.

    O manifestante negou qualquer filiação política. Destacou, porém, que o Levante Popular não defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas também não está de acordo com a política que tem sido adotada pelo governo.

    "Não somos a favor do impeachment. Achamos que é uma cortina de fumaça que políticos corruptos estão querendo construir. Somos a favor de investigação. Há provas concretas contra o Cunha e ele tem se valido da condição de presidente da Câmara para postergar as investigações. Já o impeachment achamos que é uma forma de a direita, que perdeu as eleições, procurar chegar ao governo pelo tapetão", ponderou.

    Ele conta ter participado da manifestação contra Cunha na segunda-feira (2), quando um grupo pichou "fora cunha" na entrada da residência oficial do peemedebista, em Brasília. "Os movimentos fazem parte de uma jornada nacional que temos construído, acompanhado pelo lançamento de faixas".

    Thiago contou que o Levante Popular da Juventude prepara para a próxima sexta-feira (13) um ato nacional pedindo o afastamento de Cunha. Segundo ele, o movimento tem sido convocado pelas redes sociais e deve ocorrer em todas as capitais.

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