Morreu na manhã desta quarta-feira (4), aos 73 anos, o jornalista Moacir Japiassu, vítima de complicações decorrentes de um AVC sofrido em 12 de setembro.
Dono de um "humor ácido", como conta o filho, Daniel, 43, Japiassu manteve nos últimos 15 anos a coluna "Jornal da ImprenÇa", em que garimpava e destacava erros encontrados em textos jornalísticos. A coluna era publicada no portal "Comunique-se".
Nascido em 1942 em João Pessoa (PB), Japiassu mudou-se na adolescência para Montes Claros (MG), quando o pai, funcionário do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca), foi transferido para a cidade mineira.
Começou no jornalismo em 1962, no "Correio de Minas", em Belo Horizonte, com o objetivo de ficar próximo da literatura –sua grande paixão, segundo o filho.
Poucos anos depois, foi para o Rio trabalhar no Departamento de Pesquisa do "Jornal do Brasil". Em 1970, em São Paulo, integrou uma das primeiras equipes do "Jornal da Tarde".
Luiz Carlos Murauskas - 8.nov.1998/Folhapress | ||
O jornalista Moacir Japiassu morreu após complicações decorrentes de um AVC |
Japiassu também passou por revistas como "Veja" e "IstoÉ" e foi um dos fundadores da "Pais e Filhos". Na TV, foi editor-chefe do "Fantástico" em São Paulo, no final da década de 1980, e participou de vários programas esportivos em diferentes emissoras.
"O [personagem] Janistraquis, que ele criou na década de 1970, foi o que acompanhou meu pai a vida toda, até o fim", diz Daniel. "Nos últimos tempos ele era escritor, tinha encontrado sua razão de ser."
Publicou os livros "A Santa do Cabaré", "Concerto para Paixão e Desatino", "Quando Alegre Partiste" e "Danado de Bom", um livro de receitas –outra grande paixão.
Japiassu morreu na Santa Casa de Cunha, cidade no interior de São Paulo onde vivia desde 2002. Deixou a mulher, Márcia, o filho, Daniel –ambos jornalistas– e três netas.