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    o impeachment

    Após ser alvo de protesto, Cunha veta público no Salão Verde

    DÉBORA ÁLVARES
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    05/11/2015 19h32

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 05-11-2015, 12h00: O presidente da câmara dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ordenou hoje a retirada dos manifestantes pró-impeachment que estavam acorrentados à uma pilastra no salão verde. Eles deixaram o local pacificamente e se juntaram aos demais manifestantes que estão acampados no gramado em frente ao Congresso. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Manifestantes pró-impeachment retirados da Câmara se juntam a acampamento fora do Congresso

    Alegando medidas de segurança, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), proibiu a entrada de pessoas não credenciadas no Salão Verde da Câmara a partir da próxima semana, entre terças e quintas-feiras.

    A decisão foi tomada nesta quinta (5), um dia após o peemedebista ser alvo de uma chuva de notas falsas. lançadas por um manifestante enquanto concedia entrevista coletiva no local.

    Cunha alega que após o Salão Verde ter sido palco de confusões na tarde de quarta (4), foi cobrado em plenário por parlamentares para que "restaurasse a normalidade" no local, que é o principal salão da Câmara, porta de entrada para o plenário, onde circulam deputados, servidores, lobistas, cidadãos, manifestantes e jornalistas.

    Outro argumento é a necessidade de cumprir o ato da Mesa Diretora nº 3 de 1995 segundo o qual "nas dependências privativas de parlamentares somente serão admitidos funcionários, jornalistas e técnicos credenciados, em serviço, e convidados para tal fim autorizados".

    Com isso, os manifestantes que defendem o impeachment da presidente Dilma Rousseff e estavam acorrentados em uma pilastra no Salão Verde da Câmara desde semana passada também deixaram o local nesta quinta.

    Após discussões com policiais legislativos, que explicaram a decisão do peemedebista, o grupo resolveu sair pacificamente e se juntou aos manifestantes já acampados há duas semanas no gramado em frente ao Congresso.

    O grupo protagonizou na quarta uma das confusões que ocorreram no salão. Manifestantes pró e contra o impeachment discutiram por causa de um banner que a oposição colocou ali para recolher assinaturas de parlamentares pelo afastamento de Dilma.

    Enquanto se vale de uma norma da Casa para justificar a restrição, Cunha ignora outra regra ao permitir o acampamento do lado de fora. A norma, conjunta com o Senado, proíbe qualquer tipo de instalações nos arredores do Congresso.

    Em outra ponta, também sob a justificativa de reforçar a segurança, o peemedebista vai tornar obrigatório que, a partir de sexta (6), todos que entram na Câmara, mesmo os credenciados, passem pelos detectores de metal instalados nas portarias. As únicas exceções à nova norma são os parlamentares, conforme informou a Diretoria-Geral.

    MANIFESTANTES

    "O que entendemos é que o povo foi despejado de sua própria casa", disse Dennis Heiderich, um dos manifestantes da Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos acorrentado no Salão Verde.

    Heiderich relata que a entrada de comida e a circulação dos manifestantes para ir ao banheiro passou a ser restringida na tarde desta quinta.

    "Chegaram ameaçando nos tirar à força, porém, mediante o acordo de se manter o acampamento em frente ao Congresso, saímos pacificamente. Eles queriam acabar com o acampamento também", afirma.

    Os oito manifestantes que estavam acorrentados deixaram a Câmara, mas prometeram "invadir" o Congresso no próximo dia 15.

    "Invadir pra valer e ocupar, ou melhor, não invadir, mas sim retomar o que é nosso e foi roubado por eles", diz Heiderich.

    Colaborou CAROLINA LINHARES, de São Paulo

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