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    operação lava jato

    Juiz autoriza quebra de sigilos de ex-ministro Guido Mantega

    RUBENS VALENTE
    DE BRASÍLIA

    12/11/2015 02h00

    Sergio Lima - 29.dez.14/Folhapress
    O ministro da Fazenda, Guido Mantega, após discurso e receber o prêmio da Academia Brasileira de Ciências Contábeis
    O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BNDES Guido Mantega

    O juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela condução dos inquéritos da Operação Zelotes, determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de cerca de 30 empresas e pessoas, entre as quais o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. O magistrado acolheu pedidos do Ministério Público Federal no Distrito Federal.

    A Folha apurou que a ação é uma tentativa de descobrir se as nomeações de conselheiros do Carf, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, feitas pelo então ministro sofreram interferência ilegal, que poderia ser detectada a partir do mapeamento de transações financeiras de Mantega.

    O Carf é o órgão responsável pelo julgamento de recursos de empresas contra multas aplicadas pela Receita.

    Outra linha de apuração é definir a extensão do relacionamento do ex-ministro com o empresário Victor Sandri, cuja empresa, o Grupo Comercial de Cimento Penha, conseguiu reverter no Carf multa de R$ 106 milhões.

    Há cerca de duas décadas, Mantega vendeu terrenos para uma firma de Sandri. Antes da Zelotes, o empresário foi condenado também pela suspeita de interferir em decisões no Carf, conforme a Folha revelou em abril.

    Outras quebras de sigilo decretadas pelo juiz Vallisney nesta semana alcançaram lobistas, empresários e executivos de instituições financeiras, cujos nomes não foram confirmados pela Folha, e que também teriam sido beneficiados no Carf.

    Mantega informou, por intermédio de pessoas próximas, que "repudia qualquer ilação sobre irregularidades em sua conduta, uma vez que sempre se pautou pelos princípios éticos".

    Sobre o pedido dos procuradores e a quebra judicial, Mantega informou que não havia sido notificado sobre a medida até a noite desta quarta-feira (11) e, por isso, preferiu não se manifestar sobre o assunto.

    O empresário Victor Sandri informou por meio de nota que o Grupo Comercial de Cimento Penha "forneceu todas as informações requeridas" ao Ministério Público.

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