• Poder

    Saturday, 04-May-2024 20:07:15 -03

    Painel

    Para PSDB e PMDB, saída de Cunha pode 'moralizar' impeachment

    POR NATUZA NERY

    12/11/2015 02h01

    Natal sem Cunha Até pouquíssimo tempo atrás "amigos de infância" do presidente da Câmara, o PSDB e setores do PMDB já torcem pelo rápido afastamento de Eduardo Cunha para que o pedido de impeachment de Dilma Rousseff possa ser conduzido por alguém que, nas palavras de integrantes dos dois grupos, não "desmoralize" o processo de deposição da petista. "A vilã é ela. Você está deixando ela ser substituída nesse papel", disse Carlos Sampaio a Cunha, segundo relatos.

    Futurologia O receio de dirigentes tucanos é o de que o sucessor do peemedebista seja alguém mais alinhado ao Planalto, que não dê andamento ao pedido na Casa.

    Salomé Reservadamente, Cunha avalia que será sacrificado pelos tucanos no minuto seguinte à deflagração do impeachment: "Eu não vou pagar com a minha cabeça para servir à estratégia política deles".

    Minerva José Carlos Araújo, presidente do Conselho de Ética, disse a um importante parlamentar que, se houver empate no órgão, votará contra o peemedebista. A avaliação interna é a de que, na vitória ou na derrota, o placar no conselho será apertado.

    Bom moço O PSDB apresentará uma agenda mínima anticrise no dia 26, deixando claro até onde vai para ajudar o governo a aprovar o ajuste. Trata-se de reação às críticas de que prejudica a economia para desgastar o Planalto.

    Artilharia "Henrique Meirelles no lugar de Joaquim Levy é trocar seis por meia dúzia", dispara o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

    Tudo meu Se emplacar o ex-presidente do BC na Fazenda, Lula terá indicado os três principais ministros de Dilma, contando com Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Governo).

    Pensando bem No PT, há quem diga que ter tantas digitais na cúpula do Executivo puxaria para o ex-presidente um legado negativo desnecessário. Pesquisas mostram que ele ainda consegue se preservar dos índices de desaprovação de sua sucessora.

    Múltipla escolha A presidente Dilma decidiu sancionar quase integralmente a lei do direito de resposta. Apesar do posicionamento contrário das empresas de mídia, o governo preferiu não desagradar ao Congresso.

    Cara crachá Júlio Lopes (PP-RJ) está concluindo o relatório em que questionará a criação do Registro Civil Nacional (RCN). A proposta de autoria do Executivo é a menina dos olhos do presidente do TSE, ministro Dias Toffoli.

    Identificado Júlio Lopes defenderá que o CPF seja adotado como "número-chave", por ser uma identificação que "já faz parte do cotidiano". "Não precisamos de um número novo e onerar o erário com R$ 2 bilhões".

    Detalhes Peemedebistas dizem que Leonardo Picciani tem se movimentado para assumir a candidatura à Prefeitura do Rio caso Pedro Paulo não resista. "Só falta cantar 'Esse cara sou eu'", brinca um cacique.

    De castigo O presidente da Assembleia paulista, Fernando Capez (PSDB), advertiu o delegado da Polícia Civil Edson Pinto e ameaçou transferi-lo. Lotado na Casa, ele teria atuado em favor de entidades que operam contra o aumento do ICMS da cerveja e do cigarro.

    Visitas à Folha John Coatsworth, reitor da Universidade de Columbia, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Thomas Trebat, diretor do Columbia Global Center no Brasil, Ryan Carmichael, vice-presidente adjunto para Desenvolvimento da universidade, e Veronica Martini, diretora-executiva sênior para Iniciativas Globais.

    A advogada Elena Landau, diretora do BNDES no governo FHC, visitou ontem a Folha.

    -

    TIROTEIO

    Dilma precisa ter com os sem-terra o rigor que adotou com caminhoneiros. O MST fecha estradas, depreda espaços e ela não faz nada.

    DE EFRAIM FILHO (DEM-PB), vice-líder na Câmara, sobre o endurecimento nas medidas anunciadas pelo Planalto para frear a manifestação de caminhoneiros.

    -

    CONTRAPONTO

    Seis por meia dúzia

    Depois de fazer uma palestra em Bauru, há alguns dias, o senador José Serra (PSDB-SP) embarcou de volta para São Paulo. Após a decolagem, o avião apresentou uma falha e o piloto decidiu retornar ao aeroporto da cidade.
    Assustado com o imprevisto, o ex-governador acionou o presidente do PSDB de São Paulo, Pedro Tobias, que mora no município. O deputado apareceu para resgatar o senador com um carro velho e dizendo que não dirigia há muito tempo. No meio da viagem para São Paulo, à noite, na estrada, Serra desabafou:
    -Puxa, Pedro! Acho que preferia estar no avião em pane mesmo!

    com PAULO GAMA e THAIS ARBEX

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024