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    Ex de secretário de Paes prestou queixa por agressão também em 2008

    DO RIO

    12/11/2015 12h34

    Ricardo Borges - 05.nov.2015/Folhapress
    Rio de Janeiro, RJ,BRASIL, 05/11/2015; O Secretario de Governo do Rio, Pedro Paulo, que é acusado de agredir a ex mulher. (Foto: Ricardo Borges/Folhapress. ) *** EXCLUSIVO FOLHA***
    O Secretário de Governo do município do Rio de Janeiro, Pedro Paulo

    O secretário-executivo de Coordenação de Governo do Rio, Pedro Paulo Carvalho (PMDB-RJ), disse há sete dias, em entrevista à Folha, que a agressão praticada contra a sua ex-mulher Alexandra Mendes Marcondes "foi uma briga de casal que fugiu do controle. Na ocasião, Pedro Paulo contou que essa foi a única briga do casal. O depoimento de Alexandra em uma delegacia de São Paulo, em 2008, entretanto, o contradiz.

    Em 2008, à 1h30 da madrugada do dia 26 de dezembro, o secretário teria agredido a ex-mulher diante da filha, então com dois anos de idade, quando retornavam para o apartamento onde estavam hospedados. O caso foi registrado na 43ª DP (Cidade Ademar), em São Paulo. A notícia foi divulgada no site da revista "Época".

    Em seu relato ao delegado Milton Toschi Júnior, Alexandra disse que estava no carro do casal no momento em que começaram a discutir. Na ocasião, o secretário chamou a mulher de "vagabunda", "piranha", "filha da puta" e depois iniciou a agressão física "desferindo socos em seu corpo e rosto", segundo consta no documento.

    A ex-mulher de Pedro Paulo foi encaminhada ao IML (Instituto Médico Legal) para ser atendida. Na época desta agressão em São Paulo, Pedro Paulo e Alexandra já estavam casados havia sete anos. Para preservar o casamento, ela deixou o caso de lado. A Lei Maria da Penha ainda não estava regulamentada, fato que aconteceu após a decisão de 2012, do STF (Supremo Tribunal Federal). Até então, o caso só poderia seguir com a vontade da vítima. Atualmente, o Ministério Público segue com o processo independentemente da decisão da mulher agredida.

    Em 6 de fevereiro de 2010, Alexandra voltou a ser vítima de agressão de Pedro Paulo, desta vez no Rio.

    Nas duas vezes, ele já trabalhava na cúpula do governo Paes. Por causa da agressão em 2010 contra a ex-mulher, o secretário é alvo de um inquérito a ser enviado para a Procuradoria-Geral da República –deputado licenciado, ele tem foro privilegiado

    Ao retornar de viagem, Alexandra Marcondes encontrou marca de batom na taça de vinho, fios de cabelo na cama e no ralo do banheiro, além de um sutiã jogado debaixo da mesa da cozinha. As imagens do circuito interno do condomínio revelaram que outra pessoa estivera com Pedro Paulo na noite anterior.

    Pedro Paulo então iniciou a briga com Alexandra. Além das ofensas verbais, ela conta que o secretário derrubou-a no chão, chutou suas pernas e deu socos em seu rosto, segundo o depoimento da ex. As agressões de 2010 tiveram como resultados hematomas e um dente quebrado.

    "É importante a gente distinguir um descontrole em um episódio, uma briga de casal, uma discussão de casal, do que é um episódio deliberado de violência doméstica. [...] A lei Maria da Penha é clara nesse sentido. Ela distingue o que são episódios de briga de casal, que acontecem no cotidiano da famílias, do que é um ato de violência familiar", disse à Folha na quinta (5).

    Ao ser questionado sobre a agressão em 2008, a assessoria de Pedro Paulo informou que não se pronunciaria sobre o assunto naquele momento.

    A Lei Maria da Penha considera violência física doméstica familiar contra mulher "qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal". A legislação não fala sobre necessidade de ataques físicos continuados para definir o enquadramento.

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