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    Lava Jato

    Lobista que repassou dinheiro a Cunha esteve sete vezes na Câmara

    AGUIRRE TALENTO
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    12/11/2015 17h00

    Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress
    João Augusto Rezende Henriques, apontado como operador ligado ao PMDB, chega ao IML de Curitiba (PR) para exame de corpo de delito
    O lobista João Augusto Rezende Henriques chega ao IML de Curitiba após ser preso pela PF

    O lobista João Augusto Rezende Henriques, que transferiu 1,3 milhão de francos suíços para uma conta do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no exterior, esteve na Câmara dos deputados sete vezes.

    Cinco delas foram antes da morte do ex-deputado Fenando Diniz (PMDB-MG), de quem Cunha era próximo –três em 2007 e duas em 2008. Diniz morreu em 2009. Henriques esteve na Casa outras duas vezes, uma em setembro de 2012 e outra em fevereiro de 2013.

    Os dados dessas visitas, obtidos pela Folha, constam nos registros de entradas da Câmara dos Deputados.

    Em 2011, Henriques fez transferências bancárias a uma das contas de Cunha no exterior. Investigadores suspeitam que os repasses sejam fruto de propina na Petrobras.

    Em depoimento à Polícia Federal, ele afirmou que fez os pagamentos por ordem do filho do deputado que morreu em 2009, Felipe Diniz, que nega ter dado essa ordem ao lobista.

    Em entrevista, Cunha disse que fez um empréstimo a Fernando Diniz antes de sua morte e disse que uma "suposição" para o pagamento era que fosse a quitação dessa dívida. Ele também admitiu conhecer Henriques, mas disse que foi apresentado a ele por Fernando Diniz e que nunca teve negócios com o lobista.

    As visitas à Câmara em 2012 e 2013, porém, sugerem que Henriques manteve contato com o mundo político mesmo após a morte de Fernando Diniz.

    Questionado, Cunha disse que nunca se encontrou com o lobista na Câmara.

    Ele nega envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras e sustenta que deixou parado o dinheiro transferido por Henriques à sua conta, por não saber a sua origem.

    Procurada, a defesa de Henriques informou desconhecer o motivo dessas visitas e disse que iria consultá-lo a respeito.

    Henriques foi preso em setembro pela Operação Lava Jato e ainda se encontra detido em Curitiba (PR).

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