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    o impeachment

    Enfraquecido, Eduardo Cunha vê ressurgir disputa pela sua sucessão

    DÉBORA ÁLVARES
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    15/11/2015 02h00

    A visível fragilidade dos apoios partidários que têm sustentado no cargo o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), especialmente após o distanciamento do PSDB na semana passada, reacendeu as discussões em torno de quem vai sucedê-lo.

    A avaliação de aliados e adversários é de que, pela personalidade do peemedebista, a renúncia é praticamente descartada, cabendo apenas a possibilidade de cassação.

    Enquanto tenta evitar perder o mandato no Conselho de Ética, Cunha começa a mexer as peças para eleger um aliado que poderia assegurar seus interesses à frente da Casa Legislativa.

    Os dois principais nomes que ele tenta viabilizar são André Moura (PSC-SE) e Jovair Arantes (PTB-GO), fieis escudeiros que têm participado de toda a negociação interna pela manutenção do mandato. Eles atuam tanto na costura de apoios na Câmara como tomam a dianteira em defesas públicas do peemedebista, que foi denunciado por envolvimento na Operação Lava Jato.

    TRÉGUA

    Em trégua com Cunha, a presidente Dilma Rousseff determinou ao seu núcleo duro que não se envolva diretamente nas negociações pela sucessão da Câmara. A preocupação é de não piorar a relação com o peemedebista, que ameaça dar aval ao impeachment e prejudicar as votações das medidas fiscais.

    Na semana passada, Cunha reclamou com o vice-presidente Michel Temer sobre a movimentação da presidente em apoio ao líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ). O governo deu sinal verde para que ele articule sua candidatura, mas já lhe alertou que não irá patrociná-la publicamente.

    Temer avisou a ministros que a escolha do nome do partido para a sucessão na Câmara terá de ter passar pela cúpula nacional do PMDB. O objetivo é assegurar que Cunha não tenha controle sobre o processo de sucessão.

    OUTROS NOMES

    Na tentativa de conseguir um consenso, tem ganhado força a indicação de "nomes históricos" do PMDB, independentes e que transmitam estabilidade. Nessa linha, são lembrados Osmar Serraglio (PR), que relatou a CPI dos Correios, e José Fogaça (RS), ex-prefeito de Porto Alegre.

    Na base aliada, quem também já sonda seus pares é o vice-líder do governo, Silvio Costa (PSC-PE), crítico contumaz de Cunha, mas que não agrada a maioria.

    Outro nome que circula na Casa é o de Júlio Delgado (PSB-MG), que disputou o cargo contra o peemedebista este ano. Em situação semelhante está Jarbas Vasconcelos (PE) que, apesar de correligionário do presidente da Câmara, faz oposição aberta a ele.

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