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    o impeachment

    Evento do PMDB tem crítica a próprio programa e defesa de ruptura com PT

    GUSTAVO URIBE
    DANIELA LIMA
    DE BRASÍLIA

    17/11/2015 11h04

    Renato Costa - 15.jul.2015/Frame
    Brasilia (DF), 15/07/2015 -DF - Vice Presidente Michel Temer, os presidentes do senado Renan Calheiros e da Câmara, Eduardo Cunha, durante apresentação das Mídias Digitais do PMDB na Fundação Ulisses Guimarães. Foto: Renato Costa / Frame *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
    Alta cúpula do PMDB: Jucá, Sarney, Renan, Moreira Franco, Temer e Cunha, em foto de julho

    Evento tido como o primeiro passo para a ruptura do PMDB com o PT, o congresso da Fundação Ulysses Guimarães, centro de estudos do partido, tornou-se palanque nesta terça-feira (17) de discursos favoráveis ao desembarque imediato do partido da gestão Dilma Rousseff e contrários ao programa econômico lançado pelo vice-presidente Michel Temer.

    Em plenário, no qual os microfones foram abertos para os peemedebistas fazerem críticas ao governo federal, dirigentes e parlamentares da tendência oposicionista da legenda pregaram a substituição de Dilma por Temer e culparam a administração federal pela atual crise econômica.

    Em discurso, o ex-ministro Geddel Vieira Lima avaliou como um erro o partido ter apoiado a reeleição da presidente no ano passado e considerou que ele se transformou em compartícipe de um "estelionato eleitoral". Segundo ele, o governo federal não cumpriu promessas de campanha eleitoral como a redução dos juros e o controle da inflação.

    "O impeachment ou não impeachment não depende da gente, mas tem algo que depende. Não é o afastamento da Dilma Rousseff da presidência da República, mas o afastamento do PMDB dela, para que possamos construir um partido que tenha discurso", disse.

    Em linha semelhante, o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS) avaliou que o país está à beira de uma "depressão econômica" e defendeu o afastamento da presidente do Palácio do Planalto.

    "Nós achamos que do jeito que está não dá e achamos que o Michel Temer está preparado para assumir o pós-impeachment da Dilma Rousseff", disse. "Se não houver essa mudança em até seis meses, o país vai piorar. Ou vocês acreditam em mudanças com o sistema que está no Palácio do Planalto?", questionou.

    Apesar da tentativa do vice-presidente conter as críticas contra o programa "Uma Ponte para o Futuro, que propõe medidas econômicas contrárias às adotadas pelo governo federal, o documento partidário sofreu ataques de peemedebistas.

    Em discurso duro, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que rejeita de forma "completa" e "absoluta" as medidas econômicas e afirmou que, pelo teor conservador, documento não seria redigido nem pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nem pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

    "O documento é submisso a uma política global de dominação e a precarização do estado e do trabalho. Esse documento não representa o PMDB", disse. "É um documento pior do que as piores posições do Levy e do PSDB", acrescentou.

    Na abertura do congresso, o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moeira Franco, tentou amenizar as críticas ao documento e ressaltou que ele não é definitivo e que sofrerá alterações até a convenção nacional do PMDB, em março.

    Temer usará o congresso para fazer um novo apelo pela reunificação do país em nome da superação da crise econômica. Na última vez em que defendeu o engajamento das diversas forças políticas na superação da crise, o peemedebista incomodou aliados da presidente que viram no gesto dele uma tentativa de se colocar como o agente capaz de promover essa união.

    Segundo aliados, Temer vai reconhecer a gravidade da situação das contas públicas, defenderá a adoção de remédios amargos para reajustar a economia e endossará as propostas feitas no programa de governo lançado em outubro pela Fundação Ulysses Guimarães.

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