• Poder

    Friday, 03-May-2024 03:19:21 -03

    o impeachment

    Tenho toda a confiança na urna eletrônica, diz Gilmar Mendes

    BRUNO FÁVERO
    DE SÃO PAULO

    23/11/2015 16h05

    Juca Rodrigues/FramePhoto/Agência O Globo
    O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes discursa em evento, em São Paulo
    O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes discursa em evento, em São Paulo

    O ministro do STF Gilmar Mendes afirmou nesta segunda-feira (23) que tem "toda a confiança" no sistema de votação eletrônico em uso no Brasil e que não acredita que houve fraude nas eleições presidenciais de 2014, como alegam grupos que defendem o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    Ele não endossou, porém, a críticas de seu colega ministro Dias Toffoli, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), de que a recém aprovada volta do voto impresso seja um "retrocesso". Segundo Mendes, apesar de não reduzir a possibilidade de fraude nas eleições, a ideia do voto impresso ganhou força porque há uma desconfiança por parte do público e dos políticos no sistema eleitoral, que precisa que ser eliminada.

    "Não vejo nem com bons nem com maus olhos [a volta do voto impresso]. Mas precisamos tornar transparentes nossos sistemas de verificação, aumentar as verificações paralelas, para que o usuário saiba que não há a possibilidade de manipulação", afirmou.

    A volta do voto impresso faz parte da minirreforma eleitoral aprovada no Congresso e havia sido vetada pela presidente Dilma Rousseff, sob alegação que era inconstitucional. Na última semana, porém, o Congresso derrubou o veto.

    Segundo o ministro Dias Toffoli, a implementação do mecanismo vai gerar um custo adicional de R$ 1,8 bilhão ao processo eleitoral.

    Para Gilmar Mendes, o TSE, do qual é vice-presidente, contribuiu para as "lendas urbanas" de que as urnas eletrônicas favorecem fraudes ao atrasar a divulgação da apuração das votação por conta do diferente fuso horário no Estado do Acre.

    "Eu já disse isso, mas nós falhamos, especialmente no segundo turno, quando deixamos que a apuração não fosse pública", analisou.

    ABUSO

    Apesar de não acreditar em fraude eleitoral, Gilmar Mendes disse que as eleições de 2014 ficaram marcadas pelo abuso de poder de Dilma Rousseff, que, segundo ele, usou eventos oficiais para fazer campanha.

    "Não tivemos uma eleição em que se usou tanto o poder público quanto a de 2014. Dilma discursava no Dia da Mulher, no Dia do Futebol, em tudo. E o discurso era preparado por marqueteiros", criticou.

    Nesse sentido, Mendes disse que é positivo o processo que tramita no TSE para investigar as contas de campanha da petista, que pode resultar na cassação da chapa Dilma-Temer.

    "A Justiça agia com certa assimetria. Éramos corajosos para cassar um prefeito de Roraima ou de Rondônia, mas muito cuidadosos em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Não achávamos que poderíamos investigar uma campanha presidencial", afirmou.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024