• Poder

    Saturday, 18-May-2024 16:22:58 -03

    Lava Jato

    Religioso, Bumlai pede por Bíblia na carceragem da PF de Curitiba

    BELA MEGALE
    DE SÃO PAULO
    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    24/11/2015 17h17

    Paulo Lisboa/Folhapress
    O pecuarista José Carlos Bumlai, na 21ª fase da Operação Lava Jato, deixa o IML de Curitiba (PR) após exame de corpo de delito
    José Carlos Bumlai, preso pela Lava Jato, deixa o IML de Curitiba (PR) após exame de corpo de delito

    Preso na manhã desta terça-feira (24) na 21ª fase da Operação Lava Jato, o pecuarista José Carlos Bumlai pediu que lhe trouxessem uma Bíblia para ficar com ele na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR).

    Religioso, ele não deixou de carregar a imagem de Nossa Senhora na lapela do paletó e um terço de bolso que costuma levar consigo. Também pediu autorização aos agentes para ficar com um crucifixo.

    Os advogados do pecuarista também providenciaram artigos de higiene pessoal para Bumlai passar a primeira noite na carceragem. Ele pediu roupa de cama e uma muda de roupas de frio – fazia 16ºC em Curitiba na manhã desta terça. Bumlai chegou à Superintendência da Polícia Federal às 12h.

    "Bumlai está sereno, tranquilo e confiante. Até porque acredita que tudo será esclarecido", disse a advogada Daniella Meggiolaro, que esteve com o pecuarista na tarde desta terça depois que ele chegou do exame de corpo de delito feito no IML (Instituto Médico Legal).

    No entanto, policiais que o acompanharam, ele ficou abatido com a prisão e, no caminho até a carceragem, quase chorou.

    O pecuarista levou para a PF uma pequena mala com pijama e pertences pessoais, que estava com ele em Brasília. Também está tomando remédio para controle de pressão.

    Bumlai havia dormido na capital federal de segunda (23) para terça (24) porque prestaria um depoimento na CPI do BNDES nesta tarde. O depoimento, previsto para 14h30, não aconteceu porque ele foi preso e acabou remarcado.

    Quando foi detido, por volta das 6h, Bumlai estava acompanhado pelos filhos Guilherme e Maurício, que foram conduzidos coercitivamente (quando alguém é ordenado a prestar depoimento à polícia) para a sede da PF em Brasília.

    A prisão de Bumlai é preventiva, ou seja, vale por tempo indeterminado.

    Ainda pesa sobre o empresário o fato de seus filhos, Maurício e Guilherme Bumlai, além da nora Cristiane, também estarem sob investigação –eram eles que administravam as empresas da família na época dos empréstimos do BNDES.

    O MPF chegou a pedir a prisão temporária dos três, mas o juiz Sergio Moro concedeu somente a condução coercitiva.

    Os filhos do pecuarista estão se preparando para visitá-lo na quarta (25), quando é permitido receber familiares.

    EMPRÉSTIMO

    De acordo com as investigações, a suspeita é que Bumlai tenha repassado ao PT o dinheiro de um empréstimo efetuado junto ao Banco Schahin.

    Delator na Lava Jato, Salim Schahin, do grupo homônimo, diz que o empréstimo não foi pago. A quitação, escreveu o juiz Sergio Moro, se deu por meio da contratação do grupo Schahin para operar o navio-sonda Vitória 10.000, de US$ 1,6 bilhão, cujo negócio teria sido intermediado pelo pecuarista.

    Bumlai nega e diz que quitou a dívida com embriões de gado.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024