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    Lava Jato

    Prisões de senador e banqueiro são 'muito graves', diz ministro do STF

    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    25/11/2015 10h34

    "Grave, muito grave, mais grave do que vocês imaginam." Foi assim que um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) disse à Folha reservadamente logo cedo nesta quarta-feira (25) antes de uma reunião na sede do órgão para tratar da nova fase da Operação Lava Jato, que prendeu o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e o banqueiro André Esteves.

    Outro ministro relatou à reportagem que praticamente não havia dormido nesta noite e repetiu o tom de gravidade do colega sobre as informações que levaram à decisão inédita na Lava Jato, de mandar prender um político no exercício do seu mandato e um banqueiro. Os dois ministros não quiseram dar mais detalhes sobre o assunto alegando que precisavam ir para a reunião do tribunal.

    Enquanto isto, a equipe da presidente Dilma, que ainda não havia se recuperado da prisão do pecuarista José Carlos Bumlai, no dia anterior, buscava informações para repassar à chefe, no Palácio da Alvorada, sem saber quem mais, além de Amaral e Esteves, poderia ser atingido pela nova fase da Lava Jato. O temor é que alguém do governo ou outros nomes do PT possam estar citados nos pedidos de prisão da PF desta quarta-feira.

    No mercado financeiro, analistas trocavam informações assim que começaram a circular notícias sobre a prisão do senador petista. Logo em seguida, veio a informação que agitou ainda mais os operadores nesta manhã. "Parece que prenderam também o André Esteves, agora complica o mercado financeiro", relatou um analista por volta das 8h da manhã.

    O temor é que a prisão do dono do BTG Pactual possa gerar fortes turbulências no mercado financeiro, que, até agora, estava fora das operações da Lava Jato. Banqueiro com negócios de interesse do governo, Esteves participava da Sete Brasil, empresa no centro das investigações do petrolão.

    OUTRO LADO

    Em nota, o BTG Pactual afirma que está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários e que vai colaborar com as investigações.

    A Folha ainda não conseguiu entrar em contato com a defesa de Delcídio.

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