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    Lava Jato

    Aliados de Cunha dizem que prisão de Delcídio abre precedente contra Cunha

    RANIER BRAGON
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    25/11/2015 20h54

    Os principais aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reconheceram nesta quarta-feira (25) que a prisão do líder do governo no Senado Federal, Delcídio do Amaral (PT-MS), pode abrir precedentes para o afastamento do peemedebista do comando da Casa Legislativa.

    Segundo eles, a manobra feita na semana passada por Cunha para atrasar a tramitação de seu processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, pode servir de argumento para que a Procuradoria-Geral da República peça sua saída do cargo.

    Nos bastidores, Cunha reconheceu que a estratégia foi equivocada e de que deve haver um limite na obstrução caso ele queira salvar o seu mandato. Delcídio foi detido preventivamente sob a acusação de tentar prejudicar as investigações contra ele no rastro da Operação Lava Jato.

    A avaliação dos aliados do peemedebista é compartilhada tanto por governistas como por oposicionistas. Os partidos de oposição ao governo federal pretendem, inclusive, utilizar a prisão do petista para reforçar representação entregue nesta quarta-feira (25) à Procuradoria-Geral da República para muni-la de argumentos para pedir ao Supremo Tribunal Federal a saída de Cunha.

    A comparação dos casos do petista com o do peemedebista será defendida em audiência dos líderes de siglas oposicionistas ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que será marcada até o final desta semana.

    Nesta quarta-feira (25), ao ser perguntado se a prisão do petista abria precedentes para seu afastamento, Cunha não quis comentar.

    Delcídio foi preso na manhã desta quarta-feira (25) pela Polícia Federal. A operação foi autorizada pelo STF depois que o Ministério Público Federal apresentou evidências de que ele tentava conturbar as investigações da Operação Lava Jato.

    O senador teria oferecido uma mesada de R$ 50 mil ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação premiada com os investigadores. Além disso, queria que Cerveró fugisse do país. A conversa foi gravada por um filho de Cerveró.

    Também foram presos temporariamente o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, que estaria envolvido nas irregularidades, e Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador. Há ainda um mandado de prisão preventiva contra o advogado Edson Ribeiro, que atuou para Cerveró e que está nos Estados Unidos.

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