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    Lava Jato

    Ministério Público usa dois pesos e duas medidas, diz advogado de Esteves

    REYNALDO TUROLLO JR.
    DE SÃO PAULO

    27/11/2015 02h00

    Daniel Castellano - 15.ago.14/Gazeta do Povo
    15.08.2014 - Retrato do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, kakay na recepção do Hotel Rockefeller ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay

    Advogado do banqueiro André Esteves, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, diz que a prisão de seu cliente foi indevida porque teve como base apenas menções feitas pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que também citou outros nomes.

    Para o advogado, uma vez que o banqueiro já foi ouvido e já foram cumpridos mandados de busca e apreensão, não há mais razões para mantê-lo preso. Leia a entrevista:

    *

    Folha - Por que o sr. questiona a prisão de André Esteves?
    Antonio Carlos de Almeida Castro - O Delcídio falou o nome dele em algumas circunstâncias, assim como falou o nome de ministros do Supremo, da presidente Dilma, do [senador] Romário, do [prefeito do Rio, Eduardo] Paes, e todas as pessoas entenderam, com a maior razão, que isso era uma forma de ele se jactar frente às pessoas que estavam ali. Acho que o Ministério Público teve dois pesos e duas medidas.

    O sr. vê paralelo entre a citação aos ministros e a Esteves?
    Todos os nomes citados o foram por uma questão indevida. No entanto, o do André deu ensejo a uma prisão. Acho até que o Ministério Público poderia investigar e duvidar e questionar. Mas poderia ter pedido oitiva dele, uma interceptação telefônica. Numa hipótese gravíssima, um pedido de busca e apreensão. Agora, a hipótese de prisão me parece desproporcional e arbitrária. Eu não consigo entender como você começa uma investigação em cima de um cidadão probo com um pedido de prisão.

    Sobre o mérito das acusações, o sr. poderia relatar o que Esteves disse em depoimento ?
    Foi um depoimento extremamente objetivo. O nome dele foi envolvido indevidamente nesse contexto. Imagina, uma fuga mirabolante, que parece coisa de cinema. Isso não é coisa que pode passar numa pessoa com a seriedade e o compromisso social que tem o André. Como se pode imaginar fazer uma prisão de alguém que foi citado por outro?

    Sobre a suspeita de que rede de postos do BTG foi beneficiada em negócios com a BR Distribuidora, o que o sr. diz?
    Isso não tem nenhuma relação com a prisão dele.

    Delcídio usa isso para citar Esteves na gravação.
    O Delcídio vai e volta, deve ser por interesse em impedir a delação [de Cerveró].

    Esteves teve acesso à delação de Cerveró?
    Ele não conhece o Cerveró, não conhece o filho, não conhece o chefe de gabinete do Delcídio, não conhece esse advogado [Edson Ribeiro] e nunca teve acesso a essa delação.

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