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    Lava Jato

    PF vai ouvir advogado sobre vazamento da delação de Cerveró

    BELA MEGALE
    ENVIADA ESPECIAL A CURITIBA
    MARIO CESAR CARVALHO
    DE SÃO PAULO
    GRACILIANO ROCHA
    ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

    28/11/2015 02h00

    O advogado carioca Sérgio Riera, que negociou o acordo de delação premiada entre Fernando Soares, o "Baiano", e a Procuradoria-Geral da República, será ouvido no inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar o vazamento da minuta da colaboração de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras.

    Riera é apontado pela PF como um dos principais suspeitos pelo vazamento do acordo. Cerveró chegou a fazer duas reuniões com Riera para contratá-lo, segundo a Folha apurou. O advogado recebeu por e-mail cópias dos termos que Cerveró discutia na delação. O ex-diretor, no entanto, desistiu de contratá-lo por julgar que ele não acrescentaria muito a sua estratégia.

    Atualmente Riera negocia a delação premiada de outro ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, que era responsável pela área de Serviços da estatal.

    Uma cópia da minuta da delação estava nas mãos do banqueiro André Esteves, segundo o ministro do Supremo Teori Zavascki, e foi citada como um dos motivos da prisão do sócio do banco BTG, decretada pelo Supremo na quarta-feira (25).

    O senador Delcídio do Amaral foi preso no mesmo dia. Eles são acusados de sabotar as apurações da Lava Jato, tentativa que foi documentada pelo filho de Cerveró, Bernardo, com gravações, posteriormente entregues ao Ministério Público.

    No documento da delação, que continua sob sigilo, Cerveró narra que o banqueiro e o senador participaram de atos de corrupção em contratos da Petrobras e da BR Distribuidora, respectivamente, o que ambos negam.

    HOMOLOGAÇÃO

    O inquérito para investigar o vazamento da delação de Cerveró foi aberto na quinta (26) pela Polícia Federal de Curitiba.

    As apurações, no entanto, foram suspensas até a próxima semana devido a um pedido da Procuradoria para que, primeiro, o acordo de Cerveró seja homologado pelo Supremo, o que deve acontecer nos próximos dez dias. O acordo precisa da aprovação do Supremo porque cita políticos com foro privilegiado.

    Além de Riera, a PF também convocará os envolvidos na gravação feita pelo filho de Cerveró que resultou na denúncia contra Delcídio e Esteves.

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