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    o impeachment

    Movimentos prometem ir à rua por Dilma

    CATIA SEABRA
    GRACILIANO ROCHA
    DE SÃO PAULO

    03/12/2015 02h00

    Logo após a notícia da deflagração do processo contra a presidente, líderes de movimentos sociais prometeram reagir nas ruas à tentativa de impeachment de Dilma Rousseff.

    Líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), João Pedro Stedile, tachou como golpe a abertura do processo e disse que organizações de esquerda farão avaliações para definir como fazer pressão em favor da petista.

    "Nos próximos dias nos articularemos para programarmos mobilizações e impedirmos, nas ruas, qualquer tentativa de ferir nossa nascente democracia. O povo brasileiro elegeu a presidenta e mais 27 de governadores. E todos têm direito de concluírem seus mandatos constitucionais".

    Stedile diz que faltam evidências de envolvimento da presidente em crime de responsabilidade.

    "Não há provas nem elementos para o impeachment. O argumento do sr. Helio Bicudo [um dos autores do pedido] é outra provocação, já que as pedaladas fiscais foram usadas por todos os governos", disse.

    Stedile disse ainda que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), "não tem moral" para encaminhar processo de impeachment: "Se ele tivesse um pingo de dignidade já teria renunciado para se defender no STF, onde é acusado, com fartas provas, de corrupção".

    Guilherme Boulos, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), disse que a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff é uma manobra sem legitimidade de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para "salvar o próprio pescoço".

    "O Cunha não tem nenhuma legitimidade para decidir o destino da República. Ele é um corrupto notório que abriu este processo para tentar salvar o próprio pescoço", disse Boulos.

    Cunha é suspeito de ter recebido propina do esquema de corrupção da Petrobras e é alvo de requerimento de cassação de mandato no Conselho de Ética da Câmara por controlar contas na Suíça, cuja existência negou.

    Assim como Stedile, Boulos disse que os movimentos sociais deverão se reunir para discutir manifestações para apoiar a permanência de Dilma Rousseff no cargo.

    Após o anúncio do processo de impeachment, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, se manifestou pelas redes sociais, afirmando que a "cassação do mandato de Eduardo Cunha é uma questão de honra".

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