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    Governo orienta base de apoio a tentar desfecho rápido para impeachment

    RANIER BRAGON
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    03/12/2015 15h46

    Ainda sob o impacto da notícia da aceitação do pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, o governo passou na manhã desta quinta-feira (3) uma primeira orientação à sua base de apoio na Câmara dos Deputados, a de tentar um desfecho o mais rápido possível para o caso.

    Essa linha de ação deverá ser adotada caso fracassem as tentativas de barrar o processo no Supremo Tribunal Federal.

    O ministro Ricardo Berzoini (Governo) reuniu no Palácio do Planalto líderes de partidos aliados e, segundo relatos, pediu celeridade sob a avaliação de que uma extensão do caso até os primeiros meses de 2016, além de representar um "sangramento em praça pública", pode dar margem ao crescimento de movimentos de rua contrários a Dilma e de dissidências dentro da base aliada.

    Deflagrado nesta terça (2), o procedimento do impeachment tem duração de cerca de 30 dias na Câmara, mas o recesso parlamentar começa no dia 23. Há a hipótese, defendida também pela oposição, de convocação extraordinária do Congresso Nacional, mas para isso deve haver um ato conjunto dos presidentes da Câmara e do Senado, os peemedebistas Eduardo Cunha (RJ) e Renan Calheiros (AL), aprovado pelo plenário das duas Casas.

    Alguns participantes da reunião com Berzoini mostram ceticismo, porém. "Aqueles que dizem que ela tem hoje voto para barrar o impeachment são os mesmos que na hora H não entregam o prometido", disse um deles.

    Prazos Tramitação
    Nesta quinta (3) Pedido de impeachment é lido no plenário
    Na segunda (7) Partidos indicam integrantes da comissão especial, que terá entre 17 e 66 membros
    Na terça (8) Comissão decide quem será relator e quem será presidente
    Em até 10 sessões Dilma apresenta sua defesa
    Em até 5 sessões Comissão elabora parecer pela abertura ou pelo arquivamento do pedido de impeachment
    Em até 48 horas Parecer da comissão vai ao plenário da Câmara

    CONFRONTO

    Na reunião, Berzoini também teria demonstrado receio de que o clima de conflagração seja reforçado com eventuais confrontos nas ruas entre defensores e críticos de Dilma.

    A oposição e movimentos anti-Dilma já discutem a realização de manifestações para pressionar os congressistas, uma delas possivelmente para o dia 20, o último domingo antes do Natal.

    Em linha oposta, partidários da presidente também organizam com movimentos sociais, juristas e artistas atos "fica Dilma" e "Fora Cunha". Na linha de frente dessa organização, PT, PC do B e PSOL.

    Processo de impeachment

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