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    o impeachment

    Dilma busca atrair Temer para defesa contra impeachment

    MARINA DIAS
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    03/12/2015 16h18 - Atualizado às 14h11 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 17-11-2015, 12h00: Lideranças do PMDB, o vice presidente Michel Temer, o presidente do senado senador Renan Calheiros, o presidente da câmara deputado Eduardo Cunha, o ex presidente Jose Sarney, o presidente da fundação Ulysses Guimarães Moreira Franco e demais autoridades, participam do Congresso da Fundação Ulysses Guimarães, do PMDB, no Hotel Nacional, em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O vice-presidente Michel Temer em evento do PMDB

    Ministros do governo Dilma Rousseff trabalham para constranger o vice-presidente Michel Temer (PMDB) a se solidarizar publicamente com a petista durante a tramitação processo de impeachment.

    A estratégia ficou evidente nesta quinta-feira (3), quando aliados de Dilma e de Temer deram versões conflitantes sobre o primeiro encontro de ambos após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciar que daria prosseguimento a um pedido de afastamento da petista.

    Enquanto auxiliares da presidente se anteciparam a divulgar que o peemedebista "assumiu o compromisso" de estar junto com Dilma "na defesa da legalidade e da estabilidade institucional do país", aliados do vice diziam que ele se limitou a recomendar à presidente uma "postura institucional", evitando o conflito com Cunha para "não aprofundar a crise já posta".

    Até mesmo a duração do encontro foi motivo de divergência.

    O Palácio do Planalto divulgou que a reunião durou toda a manhã, enquanto pessoas próximas a Temer diziam que os dois estiveram juntos por apenas 30 minutos.

    O ministro Jaques Wagner (Casa Civil), porém, negou que Temer tenha sugerido a Dilma não entrar em conflito público com Cunha. "Eu estava presente na conversa inteira e não vi essa citação do vice-presidente".

    A ordem no Planalto foi reagir aos ataques do presidente da Câmara, que acusou Dilma de ter mentido ao afirmar que jamais aceitaria qualquer barganha contra o funcionamento das instituições democráticas. "Quem mentiu foi ele", disse o ministro em coletiva à imprensa no Palácio do Planalto.

    Wagner aproveitou para dizer que Temer tem "uma longa trajetória de ser democrata e constitucionalista". O PT e a própria presidente Dilma têm chamado de "golpe" a instauração do pedido de afastamento.

    "Assim como nós, Temer não vê nenhum lastro para esse processo de impeachment", completou o ministro.

    Prazos Tramitação
    Nesta quinta (3) Pedido de impeachment é lido no plenário
    Na segunda (7) Partidos indicam integrantes da comissão especial, que terá entre 17 e 66 membros
    Na terça (8) Comissão decide quem será relator e quem será presidente
    Em até 10 sessões Dilma apresenta sua defesa
    Em até 5 sessões Comissão elabora parecer pela abertura ou pelo arquivamento do pedido de impeachment
    Em até 48 horas Parecer da comissão vai ao plenário da Câmara

    NÚCLEO DURO

    Prevendo o afastamento do vice que, como a Folha revelou, reuniu-se com senadores da oposição às vésperas de Cunha anunciar que aceitaria o pedido de afastamento de Dilma, o governo passou a tentar levar Temer para o núcleo decisório do Planalto, com o argumento de que ele "precisa defender um governo que é dele".

    Temer, no entanto, viajou a São Paulo na manhã desta quinta e não participa da reunião que Dilma convocou para esta tarde com 23 de seus 31 ministros para discutir as estratégias diante da crise.

    A tentativa de aproximar Temer é chancelada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, diante do afastamento de Temer das articulações políticas do governo, defendeu junto a Dilma que o vice tivesse mais importância no governo. Lula chegou incentivar que o vice ocupasse o Ministério da Justiça no lugar de José Eduardo Cardozo.

    Impeachment

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