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    o impeachment

    Lula diz que 'insanidade' e 'loucura' de Cunha não podem prevalecer

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    03/12/2015 18h45

    Ricardo Stuckert/Instituto Lula
    03/12/2015 - Rio de Janeiro - RJ - O ex presidente Lula, durante coletiva de imprensa, após encontro com o governador do RJ, Luiz Fernando Pezão. Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    O ex-presidente Lula dá entrevista no Rio de Janeiro, ao lado do governador Pezão

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (3) que a "insanidade" e "loucura" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não podem prevalecer no debate sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    Após reunião com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), no Palácio Guanabara, sede do governo estadual, o ex-presidente se disse "indignado" com o acolhimento do pedido de afastamento da presidente decidido por Cunha.

    "Me sinto indignado com o que estão fazendo com o país. A presidente está fazendo um esforço incomensurável para fazer reformas. Mas o presidente da Câmara me parece que tomou a decisão de não se preocupar com o Brasil. As reformas estão demorando demais. O brasileiro está ansioso para que a economia volte a crescer", disse Lula, em entrevista coletiva ao lado de Pezão.

    Lula atacou o presidente da Câmara. Afirmou que Cunha tomou sua decisão para se vingar do governo, após o PT decidir votar a favor da abertura do processo no Conselho de Ética contra o peemedebista.

    "O impeachment não tem nenhuma sustentação legal. Parecia que o país estava andando para a normalidade. No dia em que a presidente aprova a meta fiscal, ela recebe como prêmio um gesto de insanidade como esse. Não podemos permitir que a insanidade de Cunha prevaleça. [...] Não podemos subordinar o país inteiro a uma visão corporativa, pessoal e de vingança do presidente da Câmara", disse o petista.

    O ex-presidente disse não crer que Dilma tenha negociado com o presidente da Câmara votos em favor dele no Conselho de Ética em troca de apoio à criação da CPMF. A versão foi divulgada nesta quinta pelo peemedebista.

    Prazos Tramitação
    Nesta quinta (3) Pedido de impeachment é lido no plenário
    Na segunda (7) Partidos indicam integrantes da comissão especial, que terá entre 17 e 66 membros
    Na terça (8) Comissão decide quem será relator e quem será presidente
    Em até 10 sessões Dilma apresenta sua defesa
    Em até 5 sessões Comissão elabora parecer pela abertura ou pelo arquivamento do pedido de impeachment
    Em até 48 horas Parecer da comissão vai ao plenário da Câmara
    Período de recesso do Congresso 23 de dezembro a 1º de fevereiro

    "Eu conheço a Dilma, e é muito difícil imaginar que ela tenha feito barganha. Aparenta mais importante neste instante não permitir que essa loucura que o Eduardo Cunha fez ontem tenha prosseguimento. Acho que precisa decidir isso logo. [...] O impeachment é uma coisa de gente irresponsável e um ato de vingança. Depois de aprovar as reformas, discute o que quiser", afirmou ele.

    O petista se reuniu com Pezão para articular formas para evitar o impeachment da presidente. Os governadores da base aliada devem se reunir com Dilma na semana que vem.

    Lula defendeu que o Congresso conclua o mais rápido possível o processo de afastamento. Isso exigiria o adiamento do recesso parlamentar, o que ainda não foi definido.

    "O país precisa voltar a crescer, e as reformas precisam passar no Congresso. Se não vamos esperar passar o Natal, o Carnaval... Qual será o clima político? Qual empresário vai querer investir no país", declarou.

    O ex-presidente também criticou a oposição. Afirmou que o PSDB "está há um ano fazendo oposição sistemática".

    "Nesse momento, as pessoas estão tentando ver na proposta do Cunha uma chance de fazer a discussão de outubro do ano passado [em referência à eleição]. [...] Quando o trem descarrilado, não adianta discutir quem deve ficar na primeira, segunda ou terceira classe. Tem que botar o vagão nos trilhos de volta."

    Impeachment

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