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    Lava Jato

    PT decide afastar Delcídio e abrir processo no conselho de ética da sigla

    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    04/12/2015 16h11 - Atualizado às 21h53

    Carlos Villalba R./Efe
    O presidente do PT, Rui Falcão, na reunião do partido que decidiu pelo afastamento de Delcídio
    O presidente do PT, Rui Falcão, fala na reunião do partido que decidiu pelo afastamento de Delcídio

    Reunido nesta sexta-feira (4) em São Paulo, o comando do PT decidiu afastar o senador Delcídio do Amaral (MS) e, na sequência, abrir um processo no conselho de ética do partido.

    Ele vai ser suspenso por 60 dias. O caso será submetido ao diretório nacional da sigla.

    Os petistas estavam divididos sobre o rito ideal para a expulsão do senador. Uma corrente do PT defendia sua expulsão sumária, enquanto outra ala recomendava que fosse estabelecido um cronograma, com o afastamento seguido de julgamento na comissão –e que acabou vencedora.

    Rui Falcão, presidente nacional da sigla, era um dos defensores da expulsão sumária. O partido também redige uma nota para conclamar seus militantes a defender o governo federal.

    "De hoje até os próximos 60 dias, ele não é mais filiado ao PT", disse Falcão.

    O presidente da Executiva Regional do PT em Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Biffi, protestou contra a ideia de expulsão sumária do senador. Biffi afirmou que Delcídio, de quem é amigo, tem direito de defesa, "como qualquer cidadão".

    "Só me manifestei contra a expulsão sem que ele tenha direito de se defender", contou Biffi, à saída da reunião. Ele afirmou que o senador está preocupado com a família.

    Delcídio foi preso na Operação Lava Jato por suspeita de tentar atrapalhar as investigações do esquema de corrupção na Petrobras. Em gravação feita por Bernardo, filho do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró, Delcídio e o advogado Edson Ribeiro –que também foi preso (27)– discutiram uma forma de retirar Cerveró da prisão por meio de influência política no Supremo Tribunal Federal e, depois, retirá-lo do país pelo Paraguai.

    Na nota que irá emitir ao final da reunião, o partido também defenderá que o governo Dilma Rousseff leve a cabo as promessas de campanha da presidente, eleita em 2014. O partido tem criticado a política fiscal de Dilma. Integrantes do partido já pediram, inclusive, a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

    VISITA À PRISÃO

    Na reunião, Biffi relatou uma visita feita ao senador. Disse que Delcídio está "sereno", embora preocupado com a família.

    O presidente do PT do Mato Grosso do Sul disse ainda que Delcídio era o único petista do Estado com visibilidade nacional e ponderou que ele "fez muito para o partido".

    A cúpula partidária afirmou, no entanto, que todos esses atributos não justificam os erros cometidos por Delcídio.

    Biffi disse que, não conversa, sugeriu que Delcídio apresentasse um pedido de desfiliação. Mas o senador nem sequer se manifestou.

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