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    o impeachment

    Aplaudido de pé, Temer apresenta programa do PMDB a empresários

    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    07/12/2015 20h09

    O vice-presidente Michel Temer foi aplaudido de pé, nesta segunda-feira (7), ao apresentar o programa de governo do PMDB a empresários em evento da FecomércioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).

    De acordo com relatos de pessoas presentes ao evento, o vice justificou a existência de um programa exclusivo da sigla que preside, intitulado "Uma Ponte para o Futuro", alegando que a expressão "partido" já deixa claro que o PMDB é parte, mas não é todo o governo.

    O peemedebista, que falou por cerca de meia hora, fez críticas à política econômica do governo federal e defendeu uma reforma da Previdência e a implantação de medidas de combate ao desemprego e à inflação no país. Reconheceu que o país vive uma severa crise política e econômica, mas pregou a manutenção dos programas sociais.

    Ao discursar para cerca de 150 empresários, disse que o debate sobre mudanças no sistema previdenciário, se travado durante as eleições, tira votos, mas que a discussão é necessária. Segundo Temer, a situação é tão grave que já há cidades no interior de São Paulo onde os funcionários públicos não recebem seus salários

    Ele também criticou o excesso de partidos no Brasil. Chamado em duas ocasiões de presidente pelo advogado Ives Gandra, não falou de impeachment.

    Sua palestra foi antecedida por uma apresentação do ex-ministro Moreira Franco, um dos maiores entusiastas da ruptura da aliança entre PT e PMDB, que elegeu a presidente Dilma Rousseff.

    CRÍTICA

    Em sua fala, Temer fez uma crítica sutil à política econômica do governo Dilma. Segundo três participantes do evento, o peemedebista disse que o Brasil poderia estar melhor se a petista não tivesse mudado a condução da economia que vinha sendo seguida desde Itamar Franco (1993-1994).

    O vice disse também que o país está parado e precisa retomar o crescimento.

    Ex-ministro do Superior Tribunal Militar, Flávio Bierrenbach disse ter entendido a palestra como um sinal de que Temer "está à disposição do país". "Ele falou que o Brasil precisa superar as divergências, não pode ter um tom maniqueísta, a divisão entre o bem e o mal", afirmou.

    AGENDA CANCELADA

    Temer cancelou agenda na noite desta segunda (7), em São Paulo, para retornar a Brasília e se reunir com integrantes da cúpula do PMDB, principal partido da base aliada do governo Dilma Rousseff.

    Após a palestra na Fecomércio, o peemedebista iria a um encontro com empresários do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. A reunião teria participação do governador, Geraldo Alckmin (PSDB).

    A mudança de planos ocorre em meio a rusgas entre o núcleo duro do governo e o entorno do vice. Desde a deflagração do processo de impeachment, petistas cobram posição mais incisiva de Temer em defesa da presidente.

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