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    o impeachment

    Dilma quer cancelar folga para Congresso votar o impeachment

    FLÁVIA FOREQUE
    MARINA DIAS
    VALDO CRUZ
    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    08/12/2015 02h00

    A presidente Dilma Rousseff defendeu, nesta segunda (7), a convocação do Congresso para trabalhar em janeiro diante da "crise política e econômica". Ela tem pressa na análise e votação do pedido de impeachment. Quer evitar que o processo se prolongue, dando tempo para organização de protestos de rua.

    Dilma afirmou que é "justo e legítimo" que o Congresso tenha "período de descanso nas festas" de fim de ano, mas alegou que "não é justo" a interrupção dos trabalhos diante do cenário atual.

    "Acredito que uma situação de crise como essa, política e econômica pela qual o país passa, acho que seria importante que o Congresso seja convocado", afirmou. "Não podemos nos dar o direito de parar o país até dia 2 de fevereiro [o prazo de recesso]."

    Editoria de Arte/Folhapress

    Ela disse que a primeira tentativa para a convocação será feita em conversa com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

    Caso decida fazer a convocação extraordinária que cancele o recesso, a decisão da presidente precisa ser referendada pela maioria das duas Casas (257 dos 513 deputados e 41 dos 81 senadores).

    Na articulação pela suspensão do recesso, Dilma se reuniu nesta segunda com os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Planejamento) para definir uma estratégia de votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2016.

    Para a área jurídica do governo, o Congresso não pode entrar em recesso se não votar o projeto da LDO. A tática é começar a votação nesta semana, mas não haveria tempo para sua conclusão até o fim do ano. Com isto, a votação final ficaria para janeiro.

    O governo não descarta recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) caso o Congresso termine o ano sem votar a LDO e, mesmo assim, a cúpula do Legislativo opte pelo recesso.

    Renan dá sinais de ser a favor do recesso, mesma posição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

    À noite, na abertura da conferência de assistência social, Dilma afirmou que "Vivemos um tempo muito estranho": "Não há nenhuma justificativa para que isso [impeachment] ocorra, exceto aqueles que acham que têm um atalho pra chegar à Presidência da República que não é o voto popular".

    Recebida sob gritos de "não vai ter golpe" e muitos aplausos, seguiu: "Ao longo da história, os golpes não constroem harmonia, a unidade, nem a pacificação necessária para os países avançarem. Pelo contrário: geralmente o que os golpes constroem é o caos, que deixam feridas e marcas profundas".

    Mais adiante, defendeu-se da acusação de ter feito pedaladas fiscais: "Uma parte do que me acusam é de ter pago Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida [...] Paguei sim. Mas nós pagamos com dinheiro do povo brasileiro. Não foi empréstimo que pagou o Minha Casa Minha Vida, foi o dinheiro legítimo dos tributos pagos pelo povo".

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