Deputados discutem em frente a urnas de votação na Câmara
Deputados discutem em frente a urnas de votação na Câmara
RANIER BRAGON
GUSTAVO URIBE
DE BRASÍLIA
Deputados discutem em frente a urnas de votação na Câmara
Deputados discutem em frente a urnas de votação na Câmara
Depois de muita confusão, quebra de urnas e embate físico entre deputados, o plenário da Câmara aplicou na noite desta terça-feira (8) uma derrota ao governo e aprovou uma chapa majoritariamente contrária a Dilma Rousseff para compor a comissão especial que irá analisar o pedido de impeachment da presidente da República.
A chapa oposicionista foi aprovada por 272 votos contra 199 de deputados que optaram pela composição governista, com integrantes indicados pelos principais líderes de partidos aliados a Dilma.
Com isso, caso não haja nenhuma decisão do Supremo Tribunal Federal no sentido de anular a votação (o PT falou que vai recorrer à Corte), a comissão especial que analisará o pedido de impedimento de Dilma terá pelo menos 39 de seus 65 integrantes já manifestamente favoráveis ao impeachment.
Os outros 26 nomes serão eleitos nesta quarta (9), por indicação dos partidos derrotados nesta terça, entre eles o PT.
A votação desta terça representa um duro golpe no governo, já que mostra que a maioria do plenário quer a saída da presidente Dilma do cargo.
Mas além de a votação secreta dar margem a traições que podem não se repetir em uma votação aberta, a oposição e os dissidentes precisam de mais 70 votos para conseguir o mínimo necessário (342) para abrir o processo de impeachment e afastar a petista.
RELÂMPAGO
Desafeto do governo e responsável por deflagrar o processo, Cunha iniciou rapidamente a votação, sem aceitar questionamentos dos governistas pelo fato de ter decidido pelo escrutínio secreto.
Partidários de Dilma ingressaram no Supremo Tribunal Federal para questionar o sigilo definido por Cunha e queriam que o presidente da Câmara esperasse uma definição da corte.
Com a recusa do peemedebista, deputados do PT e de partidos aliados se colocaram então em frente às 14 cabines instaladas no plenário para tentar evitar que os demais deputados votassem. Isso causou um grande tumulto no plenário, com quebra de urnas e embate físico entre deputados.
O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) trocou ofensas com Jorge Solla (PT-BA), que obstruía a entrada de uma das urnas. José Carlos Aleluia (DEM-BA) tentou entrar a força em uma das cabines, mas não conseguiu.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) foi tirado a força por oposicionistas de dentro de uma delas.
A sessão chegou a ser suspensa por Cunha, mas foi retomada minutos depois. O governo e o PT novamente acusaram Cunha de manobrar para aprovar o impeachment de Dilma.
A comissão especial deve ser instalada na próxima semana. Caso não haja interferência do STF, seu presidente e relator devem ser contrários a Dilma. O prazo para que o plenário da Câmara decida sobre se abre ou não o processo de impeachment se encerrará em janeiro, caso o Congresso suspenda o recesso, ou em fevereiro ou março, caso os parlamentares decidam entrar de férias a partir do próximo dia 23.
Deputados da oposição cantam em sessão da Câmara
CHAPAS
Governistas disputavam com uma chapa com 47 nomes. A oposição e dissidentes da base reuniram 39 deputados.
O receio do Palácio do Planalto era que, em uma escolha secreta, a chapa oposicionista fosse eleita, o que acabou ocorrendo. Isso pode significar uma ameaça a Dilma Rousseff, já que a maioria dos integrantes do grupo vencedor é favorável ao afastamento da presidente.
Sob o mote "Unindo o Brasil", a chapa da oposição e dos dissidentes reuniu 13 partidos –incluindo os dissidentes do PMDB de Michel Temer, que está rachado entre apoiar a petista e engrossar o "fora Dilma".
Eleita a comissão, será realizada a sessão de instalação para eleição do presidente e do relator, ainda sem data marcada. Essa comissão apresentará um parecer pelo arquivamento do pedido ou pela abertura do processo de impeachment de Dilma.
Caso pelo menos 342 dos 512 deputados federais (o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não vota) decida pela abertura do processo, o Senado o instala e Dilma é afastada. A conclusão desta análise pela Câmara deverá ser encerrada em janeiro, caso o Congresso suspenda o recesso, ou em fevereiro ou março, caso os congressistas entrem de férias a partir do dia 23.
Veja abaixo os integrantes das duas chapas.
*
Confira os integrantes da chapa "Unindo o Brasil", da oposição e de dissidentes da base governista, que venceu a eleição
PSDB
DEM
PPS
PSB
PSD
PMB
PMDB
PEN
PHC
PP
SOLIDARIEDADE
PTB
PSC
*
Confira a chapa que perdeu a eleição
PT
PMDB
PTB
PP
PMN
PTN
PRB
PEN
PR
PSD
PROS
PV
PDT
PSOL
PCdoB
PTC
PTdoB
PMB
REDE
Gustavo Uribe/Folhapress |
Urna de votação da Câmara dos Deputados que foi quebrada durante confusão |
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