• Poder

    Friday, 03-May-2024 02:17:25 -03

    Lava Jato

    Pezão critica Cunha e defende sua saída da presidência da Câmara

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    10/12/2015 15h30

    O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), classificou nesta quinta-feira (10) de "difícil" e disse que "fica ruim" a permanência do correligionário Eduardo Cunha (RJ) na presidência da Câmara.

    Pezão criticou a postura de Cunha no comando da Casa diante das denúncias contra ele no esquema de corrupção da Petrobras e de seu processo de cassação no Conselho de Ética.

    "Ele fica colocando os interesses dele acima dos interesses do País. Um chefe de poder e um poder tão importante onde estamos precisando discutir uma pauta de governabilidade, uma pauta que não seja pauta bomba, estamos discutindo essas questões... isso não soma. Estamos indo para dois dígitos em desemprego, acho um desserviço ao País não estarmos com uma pauta proativa", afirmou.

    O governador também atacou a manobra que tirou o deputado Leonardo Picciani (RJ), seu aliado, da liderança do PMDB na Câmara.

    "Falta um mês para acabar o ano, acho muito ruim ter uma medida dessa contra um líder que se dedicou à governabilidade, à chapa da Dilma Rousseff e do Michel Temer, uma pessoa que teve nos momentos mais difíceis ao lado do governo. E terminando o mandato dele, para que uma medida dessa?", questionou.

    "Eu não estou dentro do parlamento eu não conheço os trâmites. Contra um líder do PMDB do Rio, que é o maior PMDB do país, que tem governo do Estado, tem prefeitura e tem a maior bancada do PMDB no Brasil. Achei uma medida de força, uma medida desnecessária nesse momento que a gente está precisando de entendimento. Não soma nada", completou.

    O governador minimizou o impacto do racha no PMDB sobre a abertura de um eventual pedido de impeachment de Dilma. "Mas quando que o PMDB não foi rachado? O PMDB está sempre rachado. Às vezes em três quatro frentes.", disse.

    Segundo Pezão, no partido, "tem muito mais gente favorável à governabilidade do que ao impeachment". "Agora, eu não eu estou aqui dentro da bancada, dentro do parlamento... vejo de conversa entre os governadores, prefeitos, muita gente apostando na governabilidade", disse.

    O governador evitou avaliar se o STF (Supremo Tribunal Federal) pode colocar um freio no pedido de afastamento de Dilma, mas criticou a judicialização.

    "Não sei. Não conheço essa matéria, mas é muito triste cada vez mais estarmos vindo ao Supremo por falta de entendimento dentro do Parlamento, isso é muito ruim para o País. Mostra para a classe política que tem cada vez mais que nos entendermos para dentro da casa que fazem as leis".

    Numa decisão na noite desta terça, o ministro Luiz Edson Fachin travou o pedido de afastamento de Dilma na Câmara. Isso vale até o julgamento pelo plenário do STF, no próximo dia 16, que vai avaliar ações de governistas que questionam o início do pedido de afastamento da petista na Casa e o rito do processo.

    Em sua decisão, Fachin interrompeu a instalação da comissão especial que irá analisar o processo e suspendeu todos os prazos.

    O ministro, no entanto, não anulou os atos praticados até agora, como a eleição realizada na tarde desta terça que elegeu maioria oposicionista para o colegiado. As decisões tomadas pela Câmara serão avaliadas pelo Supremo.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024